Eleição eletrizante em São Paulo e Porto Alegre
"A dúvida que surge é se terá 2º turno na cidade de São Paulo; e, em havendo 2º turno, quem poderá ser o adversário do tucano – se Boulos, França ou Tatto", escreve o colunista Jeferson Miola, que também comenta sobre outra capital. "É perceptível o clima favorável à eleição da 1ª mulher para a Prefeitura de Porto Alegre em toda história de 248 anos da cidade"
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A reta final da eleição em São Paulo e Porto Alegre está eletrizante, e reserva fortes emoções na abertura das urnas no próximo domingo, 15 de novembro.
De acordo com pesquisa Ibope de 9/11, na capital paulista o candidato bolsonarista Russomanno é cada vez mais Russomanno, e dissolve como sonrisal n’água.
Boulos/PSOL “subiu parado”. Mesmo repetindo o percentual do levantamento de 30/10, assumiu o 2º lugar de Russomanno na competição.
Boulos é seguido por Márcio França [10%], o candidato do PSB/PDT que não poupa esforços para conquistar o voto bolsonarista, reacionário e antipetista perdido pelo Russomanno. Mais atrás Jilmar Tatto/PT repete os 6% da pesquisa anterior.
Enquanto isso, o tucano Bruno Covas aparece como principal beneficiário da evaporação do Russomanno. Ele abocanhou 6 dos 8 pontos percentuais perdidos pelo candidato do Bolsonaro e se consolida na 1ª colocação com 32%.
Neste cenário, a dúvida que surge é se terá 2º turno na cidade de São Paulo; e, em havendo 2º turno, quem poderá ser o adversário do tucano – se Boulos, França ou Tatto.
Em Porto Alegre o clima de suspense e dramaticidade não é menor.
A 6 dias do pleito, a candidatura de José Fortunatti/PTB foi indeferida por unanimidade no TRE/RS [6 votos a zero] devido à inobservância do prazo legal de filiação partidária do candidato a vice da chapa.
Alguns dias antes [6/11], o ministro do STF Marco Aurélio Mello tinha negado o pedido do tucano Marchezan Júnior para suspender a tramitação do processo de impeachment que poderá levar à cassação do atual prefeito.
Desse modo, além da imponderabilidade natural que a pandemia traz à eleição municipal, a cassação da candidatura de Fortunatti e a possibilidade de impeachment do prefeito Marchezan Júnior/PSDB acrescentam novas incertezas ao cenário eleitoral da capital gaúcha.
À luz da legislação, são nulas as chances de Fortunatti reverter a cassação. Apesar disso, contudo, ainda não se sabe se ele renunciará à candidatura ou se recorrerá da decisão no TSE, mantendo sua fotografia na urna eletrônica.
Qualquer que seja a decisão de Fortunatti, a chapa Manuela-Rossetto/PCdoB-PT se beneficia consideravelmente deste abalo no interior do bloco dominante.
Para Manuela, é inclusive preferível Fortunatti manter-se no páreo e depois ter seus votos anulados. Caso isso aconteça, cresceria a chance de vitória dela já no 1º turno.
O emedebista Sebastião Melo, favorecido com a eventual renúncia do Fortunatti, sepultaria qualquer pretensão do atual prefeito. Na hipótese de haver 2º turno, o direitista do MDB seria o adversário da Manuela, e não o tucano extremista.
Hoje com quase o triplo de intenções de votos em relação ao 2º colocado, Manuela ultrapassa os 30% e está em trajetória ascendente. As simulações de 2º turno apontam que ela tem um desempenho nunca inferior a 40%, vencendo qualquer adversário da direita.
É perceptível o clima favorável à eleição da 1ª mulher para a Prefeitura de Porto Alegre em toda história de 248 anos da cidade. Manuela se beneficia da “maré da mudança” que está se formando em torno da sua candidatura.
A possibilidade de vitória da Manuela já no 1º turno é uma possibilidade concreta no horizonte. Os próximos longos dias serão decisivos.
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