Eleição da Mesa em Alagoas e Dilma emparedada

Política tem muitos caminhos, diversos cenários, morte e vida. E Dilma tem que "alimentar" o aliado-adversário

Política tem muitos caminhos, diversos cenários, morte e vida. E Dilma tem que "alimentar" o aliado-adversário
Política tem muitos caminhos, diversos cenários, morte e vida. E Dilma tem que "alimentar" o aliado-adversário (Foto: Voney Malta)


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Se a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas transcorreu dentro do previsto anteriormente - a não ser pela jogada de marketing do deputado estadual Galba Novaes (PRB) ao se lançar candidato – na Câmara dos Deputados, em Brasília, o resultado deixa a presidenta Dilma Rousseff (PT) absolutamente emparedada.

Enquanto o governador Renan Filho (PMDB) terá um parlamento absolutamente sintonizado, Dilma ficou literalmente ladeada por "paredes políticas" ao ter o seu candidato à presidência da Mesa da Câmara, Arlindo Chiglia (PT), derrotado por Eduardo Cunha (PMDB).

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O resultado dessa disputa deixa, neste momento, o governo federal fragilizado, as oposições mais fortes e o PMDB ainda mais fortalecido. É que o partido ocupa a vice-presidência da República com Michel Temer, manteve a presidência do Senado com Renan Calheiros e o controle da Câmara Federal.

O problema político é imenso. É que Dilma não se dá com Cunha. Na verdade, dizem que ela o detesta e sempre o tratou mal porque o considera um dos parlamentares mais fisiológicos do Congresso. Os desentendimentos foram iniciados quando Dilma demitiu um diretor indicado pelo deputado na Eletrobras.

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Cunha, então, como líder do PMDB ficou hostil mesmo com os dois partidos sendo aliados. Por várias vezes se colocou contra projetos de interesse do governo conseguindo impor derrotas. O novo presidente garante que nãos era oposição ao governo, mas também não será submisso.

O ex-presidente Lula havia aconselhado o governo a ter construído o entendimento. Dilma não seguiu esse raciocínio. Agora terá que negociar com o desafeto fortalecido que recebeu votos do PSDB, DEM, enfim, da oposição. E o momento é perigosíssimo. O esquema de desvio de recursos da Petrobras financiava partidos da base de apoio do governo.

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O saco de maldades de Eduardo Cunha pode ser aberto. O presidente da Câmara é o segundo na linha sucessória. É ele quem define o que vai ou não ser votado. É ele quem decide pela instalação de CPIs. É ele quem decide se recebe ou ignora pedidos de impeachment do presidente da República.

Há quem suspeite que o objetivo da continuidade das investigações na Petrobras pretende chegar a Dilma e Lula. No caso do ex-presidente pra cortar a possibilidade dele ser o candidato a sucessão de Dilma. Veremos.

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Mas o fato é que Dilma Rousseff terá que engolir Eduardo Cunha e fortalecê-lo no governo. Essa é a parte cruel - ou será real? – da política.

Caso contrário pode correr o risco de perder a faixa presidencial e o cargo de uma só vez se associada ao escândalo da Petrobras. Assim o PMDB ascenderia ao poder com o vice Michel Temer, ao mesmo tempo em que domina a Câmara e o Senado, situações que facilitariam o tão almejado projeto de ter candidatura própria à Presidência em 2018.

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Política tem muitos caminhos, diversos cenários, morte e vida. E Dilma tem que "alimentar" o aliado-adversário. Afinal de contas, no modelo político brasileiro sempre o Executivo é refém do Legislativo.

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