Eleição argentina ocorre em meio à maior fuga de capitas da história

O enviado especial do Brasil 247 à Argentina, Jeferson Miola, afirma que a 'herança maldita' de Mauricio Macri já aponta como desafio máximo para o próximo governo. Ele diz: "o governo Maurício Macri deixará como legado as finanças nacionais devastadas e a economia argentina em estado crítico, para não dizer em agonia"



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O governo Maurício Macri deixará como legado as finanças nacionais devastadas e a economia argentina em estado crítico, para não dizer em agonia.

O inventário é catastrófico: 3 anos seguidos de recessão, inflação de 55%, desemprego superior a 11%, desvalorização explosiva do peso, endividamento brutal ao FMI, quase metade da população em situação de miséria, pessoas passando fome e parque produtivo com ociosidade superior a 50%.

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Uma das causas principais dessa realidade é o nível recorde de fuga de capitais que ocorre no governo Macri.

Os ativos de pessoas físicas e empresas argentinas depositados no exterior em moeda estrangeira, principalmente em euros e dólares, atingiu o recorde de 304,6 bilhões de dólares no 2º trimestre de 2019, segundo o INDEC – Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina.

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Essa cifra espantosa, que corresponde a mais de 30% do PIB argentino, está totalmente fora do controle, da tributação e da regulação do fisco argentino, ainda que parte dessa dinheirama possa estar oficialmente declarada.

Segundo o portal eldestapeweb [aqui], em 2009 os investimentos de argentinos em fundos estrangeiros somavam U$S 146,3 bilhões. Ao final de 2015, primeiro ano do governo Macri, já subiram para U$S 222,4 bilhões e, no 2º trimestre de 2019, alcançou este impressionante recorde de US 304,6 bilhões.

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Os dados do INDEC referem-se ao 2º trimestre. Economistas do país avaliam que com o resultado das PASO – eleições Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias, ocorridas em 11 de agosto passado – e com a expectativa de vitória de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner [Frente de Todos], a sangria financeira tenha aumentado tremendamente.

Enquanto mais de 34 milhões de argentinos e argentinas vão às urnas para escolher quem vai governar o país pelos próximos 4 anos com a doce ilusão de que os rumos do país se decidem no marco da democracia, os super-ricos e endinheirados espezinham a democracia, sequestram o futuro e promovem uma rapina sem precedentes na história do país.

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Neoliberalismo e democracia são incompatíveis. Sempre e quando impera a ordem neoliberal, a democracia morre.

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