Edir Macedo pode entrar na corrida para Presidente

É possível que surjam ainda outros candidatos sem tradição para 2018, como o bispo Macedo, que, beneficiados pelo desencanto da população com os políticos diante das denúncias de corrupção, podem se tornar fortes concorrentes, a exemplo do que aconteceu em São Paulo, onde João Dória foi eleito prefeito

É possível que surjam ainda outros candidatos sem tradição para 2018, como o bispo Macedo, que, beneficiados pelo desencanto da população com os políticos diante das denúncias de corrupção, podem se tornar fortes concorrentes, a exemplo do que aconteceu em São Paulo, onde João Dória foi eleito prefeito
É possível que surjam ainda outros candidatos sem tradição para 2018, como o bispo Macedo, que, beneficiados pelo desencanto da população com os políticos diante das denúncias de corrupção, podem se tornar fortes concorrentes, a exemplo do que aconteceu em São Paulo, onde João Dória foi eleito prefeito (Foto: Ribamar Fonseca)


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O panorama sucessório do Brasil, desenhado atualmente a partir das mais recentes pesquisas que apontam Jair Bolsonaro disputando o segundo turno com Lula, deverá sofrer substanciais alterações, a serem detectadas nas próximas pesquisas, com a entrada em cena de novos candidatos. Os senadores Roberto Requião e Álvaro Dias, ambos do Paraná, e a ex-ministra Marina Silva já anunciaram a disposição de concorrer nas eleições presidenciais de 2018, aumentando para oito o número de candidatos conhecidos, já que também são aspirantes ao Palácio do Planalto o prefeito paulista João Dória, o governador Geraldo Alckmin e o ex-ministro Ciro Gomes. Esse quadro, no entanto, tende a sofrer alterações mais profundas porque certamente entrará na disputa o presidente eleito ainda este ano, em pleito indireto, considerando-se que a queda de Temer em princípios de agosto será inevitável, certeza admitida intramuros até por auxiliares mais diretos do Planalto.

Acusado de gastar R$ 15 bilhões na compra de votos de membros da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, o que lhe assegurou a rejeição da denúncia do Procurador Geral da República, ele não conseguirá repetir a proeza no plenário da Casa, onde precisaria torrar muitos mais bilhões dos cofres públicos para garantir os sufrágios necessários para derrotar uma segunda vez a denúncia de Janot. É uma missão quase impossível. Além disso, com a decisão da TV Globo de transmitir a votação ao vivo, desde o primeiro até o último voto, nem todos os deputados que votaram contra o parecer do deputado Sergio Zveiter na CCJ terão coragem de confirmar a posição, pois sabem que estarão sendo acompanhados atentamente pelos eleitores. E não pretendem correr o risco de não se reelegerem, embora o deputado Carlos Henrique Gaguim, que votou a favor de Temer, tenha declarado recentemente que até 2018 "o povo já esqueceu essa votação". Alguns parlamentares, na verdade, contam com isso, ou seja, com a falta de memória da população.

Com o afastamento de Temer, que acredita-se deverá ser confirmado pelo Supremo Tribunal Federal, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, assumirá a Presidência da República e, conforme determina a Constituição, convocará eleições indiretas para escolha de um novo Presidente. E será a partir daí que o quadro sucessório de 2018 começará a sofrer profundas alterações, pois deve surgir como candidato ao pleito indireto um nome até agora não imaginado: o bispo Edir Macedo, chefe da Igreja Universal e dono da TV Record. Lideranças políticas e religiosas ligadas à Universal estão atuando intensamente no sentido de convencer Macedo a candidatar-se, confiando na força da bancada evangélica no Congresso Nacional. Se isso se confirmar ele terá efetivas possibilidades de chegar ao Palácio do Planalto, onde, dependendo da sua gestão, poderá se tornar um forte concorrente às eleições diretas, disputando a reeleição. Mas para chegar até lá precisará enfrentar um forte obstáculo: a Globo, que parece ter escolhido a ministra Carmen Lucia, presidenta do Supremo, como sua candidata ao pleito indireto. E isso pode ser mais um motivo para a visível guerra entre as duas redes de televisão.

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Considerando a possibilidade de Lula ser impedido de concorrer em 2018, pois precisará vencer a vergonhosa barreira levantada pela ditadura do Judiciário, o panorama sucessório no próximo ano deverá mudar em vários aspectos, inclusive com a entrada em cena de um componente religioso. É possível que surjam ainda outros candidatos sem tradição, como o bispo Macedo, que, beneficiados pelo desencanto da população com os políticos diante das denúncias de corrupção, podem se tornar fortes concorrentes, a exemplo do que aconteceu em São Paulo, onde João Dória foi eleito prefeito. Empolgado com o feito, Dória começou a sonhar alto, mais precisamente com a Presidência da República, mas com menos de um ano de mandato começou a decepcionar os eleitores pois, como dizia Confúcio, ninguém consegue enganar a todos durante todo o tempo. Passada a ilusão criada pelo marketing vazio, que o levou a vestir várias fantasias, inclusive de gari, os paulistanos descobriram que Dória foi um aborto das urnas em tempos atípicos, um feto sem condições de vingar. E o seu sonho não passará disso: apenas um sonho.

O ex-presidente Lula sem dúvida é a solução ideal para o país. Com a sua experiência, após oito anos de um governo considerado o melhor dos últimos tempos, o líder petista tem condições de realizar muito mais do que realizou nos dois mandatos, mas foi marcado pelas forças reacionárias para, com a decisiva participação do Judiciário, ser eliminado da sucessão presidencial. Considerando a sua condenação pelo juiz Sergio Moro, uma sentença vergonhosa sem nenhum fundamento legal, e os sinais da sua confirmação em segunda instância, tudo leva a crer que ele será mesmo impedido de concorrer em 2018. Se, no entanto, ele conseguir ultrapassar a barreira judiciária e continuar na corrida pelo Palácio do Planalto, não mais disputará a preferência do eleitorado com Bolsonaro, uma aberração das circunstâncias, mas talvez com o bispo Macedo, que será sem dúvida um forte candidato. Caso contrário, seus votos deverão migrar para um dos novos candidatos mais próximos da esquerda. E do povão.

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