O cidadão do mundo e o nordestinado
Paulo Freire foi trabalhar para o Conselho Mundial das igrejas, em Genebra, e implantar projetos de alfabetização nos países do Terceiro Mundo. Educação como projeto político-pedagógico, não só pedagógico (letramento)
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Toda vez que penso no "homem telurico" de Raquel de Queiroz, lembro de Josué de Castro e Paulo Freire. Enquanto Gilberto Freyre e os armorialistas declaravam seu amor à "terra esturricada" do Nordeste, e transformaram a necessidade em virtude, às custas de uma estetização do atraso. Da cocada, do alfinim ou do bolo de Souza Leão, esses pernambucanos ilustres tornaram-se cidadãos do mundo. Exilados de sua terra nordestina, foram trabalhar para a emancipação da humanidade pobre e sofrida. Paulo Freire foi trabalhar para o Conselho Mundial das igrejas, em Genebra, e implantar projetos de alfabetização nos países do Terceiro Mundo, do qual resultaram suas obras primas sobre a educação dos oprimidos - Educação como prática da liberdade e Pedagogia do oprimido.
Educação como projeto político-pedagógico, não só pedagógico (letramento).
A incorporação dos saberes do mundo ao processo. Educativo, transforma a escola num meio de socialização política extraordinária.
A obra Freudiana me serviu de inspiração na assessoria da secretaria de educação municipal, na gestão de A ela Soares. As noções de cidadania ludens ou cidadania Vox foram diretamente influenciadas pela pedagogia do oprimido. Quando fiz uma espécie de agenda pedagógica para o "programa do protagonismo juvenil", da secretaria estadual de educação, na época de Mozart, recolheu das sugestões freireanas muitas ideias. A questão da cotidianeidade, da cultura popular, ler a escrita do mundo, e a aprendizagem como reescrever ou mudar essa escrita do mundo, são produto direto de Paulo Freire. Embora não concorde integralmente com os pressupostos filosóficos (humanistas católicos, fenomenológico e existencialista cristãos) do autor, soube valorizar muito a ambientação social e política da sua pedagogia.
Já de Josué de Castro a sugestão do caranguejo com cérebro, antenado com o mundo é uma imagem poderosa. O humanismo cosmopolita, a cidadania planetária, o cidadão do mundo.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247