É sempre bom lembrar

"Jair Messias e seu bando aumentarão sua agressividade superando limites do que foi visto até aqui, e que já é muito asustador", escreve Eric Nepomuceno

Jair Bolsonaro, fachada do STF e manifestação a favor de Bolsonaro
Jair Bolsonaro, fachada do STF e manifestação a favor de Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR | STF | ABr)


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Por Eric Nepomuceno, para o 247 

A partir de agora, tudo vai se afunilar rumo às urnas de outubro. Daqui a pouco – 16 de agosto – começa, oficialmente, a campanha que na verdade começou com Jair Messias no dia seguinte à sua chegada à presidência. E dez dias depois, começa a propaganda no rádio e na televisão.

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A esta altura já está claro de toda claridade que a cada dia Jair Messias estará mais e mais descontrolado, e que necesariamente Lula terá que atuar cada vez mais com habilidade, evitando deslizes que serão fartamente aproveitados pelos adversários, a começar por um destrambelhado e cada vez mais patético – e perigoso – Ciro Gomes.

A habilidade de Lula na delicada arte de armar alianças deverá ser posta em prática de maneira cada vez mais sólida.

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Ninguém, absolutamente ninguém, terá o direito de se surpreender se no dia sete de setembro a corja de Jair Messias sair por aí espalhando terror.

Ou seja: sobram razões de sobra (que valha a redundância) para que as atenções se concentrem, tensas, num cenário cada vez mais inquietante e, ao mesmo tempo, ameaçador.

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E é diante desse quadro que se faz necessário recorrer a um verso da canção “Copo vazio”, escrita a quatro mãos por Chico Buarque e Gilberto Gil: “é sempre bom lembrar…”.

E, de maneira ainda mais específica, convém lembrar, de novo e de novo, que para que Lula, depois de montar uma equipe de governo capaz, possa começar a lenta e dificílima tarefa de reconstrução de tudo que começou a ser destruído pelo golpista Michel Temer e passou a ser diretamente arrasado por Jair Messias, será essencial contar com um Congresso minimamente decente, ou seja, o revés do que temos hoje.

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Sem um Congresso minimamente decente, a tarefa de Lula e sua equipe será praticamente impossível.

É sempre bom lembrar o que está evidente: Jair Messias e seu bando aumentarão sua agressividade superando limites do que foi visto até aqui, e que já é muito asustador.  

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Nao basta, porém, expelir sua figura e as de seus asseclas do governo. Com um Congresso coalhado de figuras abjetas como aquele que foi eleito em 2018 na onda de Jair Messias, as possibilidades de que tudo siga igual são altíssimas.

O esforço que democratas – liberais, conservadores ou progressistas – dedicam a extirpar da poltrona presidencial a figura do pior mandatário da história da República tem de ser estendido também no rumo de eleger um Congresso já não digo nem competente, mas minimamente decente.  

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É sempre bom lembrar esse degradante cenário carregado de breu e que nos sufoca para impedir que ele se repita.

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