E se fosse Cielo na Chicago 2016?

O fato é que, salvo pequenos problemas pontuais, o Rio de Janeiro realizou uma edição dos Jogos Olímpicos quase impecável, superando as expectativas iniciais. Mas a festa quase foi manchada por uma mentira de perna curta dos nadadores farristas, que se aproveitaram da má reputação da cidade no tocante à violência urbana. Um vexame

Nadadores norte-americanos Jack Conger (E) e Gunnar Bentz (D) entram em delegacia no aeroporto internacional do Rio de Janeiro 17/08/2016 REUTERS/Cortesia TV Globo/Divulgação
Nadadores norte-americanos Jack Conger (E) e Gunnar Bentz (D) entram em delegacia no aeroporto internacional do Rio de Janeiro 17/08/2016 REUTERS/Cortesia TV Globo/Divulgação (Foto: Leonardo Attuch)


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Em 2009, quando o Brasil conquistou, na Dinamarca, o direito de sediar os Jogos Olímpicos, a principal candidatura batida foi a de Chicago, que tinha como cabos eleitorais ninguém menos que Barack e Michelle Obama. Foi aquela derrota que fez com que o líder da nação mais poderosa do planeta passasse a se referir ao ex-presidente Luiz Inácio da Silva como “o cara”.

Portanto, neste exato momento, o mundo poderia estar assistindo, extasiado, à Chicago 2016 – e não à Rio 2016. Hipoteticamente, imagine então o seguinte cenário: os nadadores brasileiros Cesar Cielo e Thiago Pereira conquistam uma medalha e, em seguida, sem novas competições pela frente, saem para uma balada nos melhores points de Chicago. Lá pelas tantas, de cara cheia, param num posto de gasolina, aprontam mais confusão e, no dia seguinte, para se justificar, dizem que foram assaltados pela própria polícia! Obviamente, estariam presos –  e, mesmo sendo atletas de renome, teriam grandes dificuldades para sair dos Estados Unidos.

A história real, como se sabe, envolveu os nadadores norte-americanos Ryan Lochte, Gunnar Bentz, Jack Conger e James Feigen. Ganharam suas medalhas, aprontaram na noite carioca e, quando quase amanhecia, vandalizaram num posto de gasolina. Pegos na mentira, Conger e Feigen foram retirados do avião quando tentavam retornar aos Estados Unidos e foram indiciados por comunicação falsa de crime. Segundo porta-vozes da delegação americana, estão “assustados”, mas, ao que tudo indica, dentro de alguns dias o caso será esquecido. 

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Para o porta-voz da Rio 2016, Mário Andrada, é isso mesmo o que deve acontecer. “Vamos dar um tempo a esses rapazes. Algumas vezes você faz coisas das quais se arrepende. São grandes atletas. Eles se divertiram, cometeram um erro, mas a vida continua, vamos em frente”, afirmou. 

Até aí, tudo bem. Talvez não seja mesmo necessário transformar o erro dos nadadores num cavalo de batalha. O único problema é que o pedido de desculpas pelo comitê olímpico norte-americano à cidade do Rio de Janeiro demorou demais a ser feito – de Lochte, o protagonista da confusão, a primeira palavra de arrependimento também veio tarde e o erro foi atribuído à barreira do idioma. “Medalha e recorde passam, exemplo é o que fica”, lembrou o nadador brasileiro Thiago Pereira.

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O fato é que, salvo pequenos problemas pontuais, o Rio de Janeiro realizou uma edição dos Jogos Olímpicos quase impecável, superando as expectativas iniciais. Mas a festa quase foi manchada por uma mentira de perna curta dos nadadores farristas, que se aproveitaram da má reputação da cidade no tocante à violência urbana. Um vexame.

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