É preciso derrotar Bolsonaro no primeiro turno

"A entrevista no Roda Viva me convenceu de que é necessário impedir que ele chegue ao segundo turno. E essa tarefa, eu acho, não é só do PT, é de todos os que defendem a democracia, porque sua ascensão será a destruição de tudo o que foi construído pela Nova República", diz o colunista Alex Solnik; "A tarefa cabe sobretudo ao PT porque o PT será o primeiro a ser atingido em caso de vitória de Bolsonaro. Ele disse ontem que vai tratar o MST como grupo terrorista"

É preciso derrotar Bolsonaro no primeiro turno
É preciso derrotar Bolsonaro no primeiro turno (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)


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Não concordo com os que pregam que é melhor Bolsonaro passar ao segundo turno do que Alckmin porque será mais fácil derrotá-lo do que ao ex-governador paulista. A entrevista de ontem no Roda Viva me convenceu de que é necessário impedir que ele chegue ao segundo turno. E essa tarefa, eu acho, não é só do PT, é de todos os que defendem a democracia, porque sua ascensão será a destruição de tudo o que foi construído pela Nova República. Todos os candidatos deveriam repudiar esse candidato da ditadura. Ele representa o fim do que ainda resta de democracia.

A tarefa cabe sobretudo ao PT porque o PT será o primeiro a ser atingido em caso de vitória de Bolsonaro. Ele disse ontem que vai tratar o MST como grupo terrorista. Não teve pudor em, na casa onde trabalhou o jornalista Vladimir Herzog dizer que a sua morte por tortura não passa de suspeita. O seu linguajar chulo ofende a dignidade e a inteligência dos brasileiros. Todas as ofensas e insultos racistas e homofóbicos e misóginos que tem feito a torto e a direito, e pelos quais responde a inquéritos ele definiu como brincadeiras.

"É preciso acabar com a social-democracia" bradou a certa altura, deixando claro que seu alvo não é apenas a esquerda.

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O momento mais repugnante do programa se deu quando o ex-ministro e ativista dos Direitos Humanos, José Gregori, perguntou, em cena gravada, se é verdade que ele disse a uma revista que Fernando Henrique e ele, Gregori, tinham que ser fuzilados. Mantendo sempre o riso nervoso que o assemelha a uma hiena, Bolsonaro poderia ter aproveitado o gancho para se redimir, para pedir desculpas a ambos, ao menos devido às suas idades avançadas. Mas não. Ele só confirmou ter feito ameaça a FHC, mas não a Gregori, "guerrilheiro menor" que "não merecia ser fuzilado".

Gregori nunca foi terrorista. Essa foi apenas mais uma calúnia assacada pelo candidato. Coincidentemente, usou a mesma expressão que usara para ofender a deputada Maria do Rosário:

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"Você não merece ser estuprada".

O tétrico gran finale ainda estava por vir. Esgotadas as perguntas dos jornalistas, o mediador engatou uma série de perguntas aparentemente inofensivas para definir seu perfil cultural.

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"Qual é o seu livro de cabeceira"? indagou.

"A Verdade Sufocada".

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"Quem é o autor"?

"Carlos Alberto Brilhante Ustra".

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O elogio ao torturador que comandava o DOI-Codi onde Vlado Herzog foi covardemente assassinado durante sessão de tortura é definitivo. Enaltecer o responsável por esse e outros crimes contra a humanidade é o mesmo que torturar Vlado de novo.

A cada resposta, a cada gesto, a cada riso histérico eu me dizia: esse homem não pode ser presidente do Brasil. Não podemos correr o risco de passar por essa vergonha.

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"Escolher" esse inimigo da democracia para passar ao segundo turno, ou seja, bater mais nele do que em Alckmin é um risco imenso para todos os candidatos. É preciso lembrar que os perdedores também fazem alianças. E o risco de Alckmin e seus aliados do centrão fecharem com Bolsonaro é imenso. Se não em bloco, ao menos em parte. E isso pode desequilibrar o resultado. Principalmente se o oponente não for Lula.

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