É pra valer: Requião no PT
"A decisão de Requião é um desfecho de uma longa trajetória de parceria política com o PT e com Lula", escreve Milton Alves
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O ex-governador do Paraná Roberto Requião, que também foi senador e prefeito de Curitiba, decidiu se filiar ao Partido dos Trabalhadores (PT) para disputar o governo do estado, reforçando o projeto político e eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na estratégica região sul.
O ato político de filiação de Roberto Requião será na próxima sexta-feira (18), em Curitiba, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-governador deixou o MDB, em agosto do ano passado, após a legenda passar para o controle do atual governador, Ratinho Jr. (PSD) — um aliado do presidente Jair Bolsonaro.
O projeto liderado por Requião, que reúne diversas forças políticas de esquerda e progressista, defende uma mudança de rumos no Paraná, que foi atirado na última década no descalabro de uma política de privatização de suas mais importantes empresas públicas – Copel, Sanepar, Copel Telecom, Celepar, Compagas -, no desmonte dos serviços públicos e na destruição de programas de inclusão social.
O Paraná ainda convive com a brutal pilhagem das empresas concessionárias dos pedágios nas estradas, o mais caro do país — uma herança dos governos tucanos. O povo é assaltado diariamente nas praças de pedágio, um fator que agrava a inflação, pressionando para cima os preços de serviços e produtos, o que impacta negativamente na economia dos médios e pequenos municípios.
Compromisso com o povo trabalhador
O presidente estadual do PT, deputado Arilson Chioratto, define claramente o sentido do projeto Requião governador 2022. “Precisamos de proteção do Estado, precisamos que os governantes exerçam o papel social para que foram eleitos, que é representar as necessidades da população. Porém, atualmente, o que vemos é a defesa dos interesses de uma minoria, através de privatizações e da redução da qualidade dos serviços públicos”, aponta o dirigente petista.
Em encontro com dirigentes de centrais sindicais (CUT, Força Sindical, Nova Central e CTB), na última quarta-feira (9), o pré-candidato Roberto Requião criticou duramente os rumos que o Paraná tomou nos últimos anos. “O Paraná tornou-se espaço privilegiado para negociatas, com as privatizações, concessões e benesses que fazem o estado mínimo para o povo, mas máximo para o capital. Para o povo impõem tarifas abusivas de água e luz, já para os sócios privados da Sanepar e Copel ganhos exorbitantes; altos impostos para as empresas locais e isenções secretas e generosas para as multinacionais; estrangulamento salarial para professores, policiais e servidores em geral e farra com o dinheiro público para os amigos do Ratinho) Junior e empresas do pai. Precisamos mudar isso”, denunciou.
Segundo Requião, é necessário a construção de um programa de governo que privilegie o respeito e a dignidade do trabalhador. “É preciso a volta de um governo que recomponha as perdas salariais e previdenciárias do funcionalismo; que restabeleça uma política de valorização do salário mínimo regional; que congele as tarifas de água e luz, que reduz o impostos da pequena empresa e zere os impostos da microempresa; que não dê às empresas estrangeiras nenhuma vantagem que não possa ser igualmente concedida às empresas paranaenses. São compromissos como esse que assumo e que, juntos, poderemos transformar em realidade”.
Voto pelo Fora Bolsonaro e Ratinho
Apesar da demagogia eleitoreira e da farra do orçamento secreto, Bolsonaro segue atrás de Lula em todas as pesquisas eleitorais. E o ex-juiz Sergio Moro, da 3ª via, padece de um profundo raquitismo eleitoral, até aqui no Paraná, desmoralizado pela farsa da Lava Jato e por uma série recente de escândalos: os ganhos financeiros não declarados na Alvarez & Marsal e da misoginia de seus cabos eleitorais do Movimento Brasil Livre (MBL).
Pesquisas eleitorais e estudos de inúmeros cientistas políticos sobre as eleições de 2022, indicam uma tendência de valorização da experiência dos gestores públicos. Ou seja, de políticos com uma trajetória conhecida pelo eleitorado, um contraponto à onda disruptiva da antipolítica de 2018, que abriu espaços para uma gama de aventureiros do tipo de Wilson Witzel, no Rio de Janeiro, Romeu Zema, em Minas Gerais, Carlos Moisés, em Santa Catarina, e Ratinho Jr, no Paraná.
A maioria das pesquisas também têm demonstrado uma intenção de voto do eleitor na oposição ao governo Bolsonaro e de seus aliados nos estados.
A decisão de Requião é um desfecho de uma longa trajetória de parceria política com o PT e com Lula. Em 1989, Requião apoiou a candidatura presidencial do petista e durante os governos de Lula e Dilma, mesmo com críticas sobre aspectos da política econômica, foi um combativo e leal aliado. Esteve também na linha de frente da luta em defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff e da campanha pela liberdade do ex-presidente Lula, preso injustamente pela Lava Jato.
Nos próximos dias, o PT e partidos aliados farão um novo giro de encontros em todas as regiões do estado, impulsionando o projeto democrático e popular de Lula e Requião para derrotar as forças entreguistas e neoliberais no Paraná e no Brasil.
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