E pelos 45%, nada?
O prefeito de São Paulo vai na jugular da classe média com um aumento de 45% no IPTU comercial
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"Classe média é um atraso de vida!" ensina a filósofa Marilena Chauí a uma plateia entusiasmada. "Classe média é estupidez. É o conservador, ignorante, petulante, arrogante.... terrorista!" Pipocam os aplausos e ela decreta, visionária: "É uma coisa fora do comum, a classe média!" O episódio aconteceu em um evento do PT.
Mas, na minha opinião, fora do comum foi o aumento de impostos que Fernando Haddad anunciou em São Paulo. O mês não começou bem pros empresários. No dia 1, o Estadão publica: "Projeto de Haddad prevê aumento de até 45% no IPTU de imóvel comercial." No dia 2, a Folha aparece com o mesmo número: "Reajuste do IPTU em São Paulo poderá chegar a até 45% no ano que vem." Já pra imóveis residenciais, a previsão era de 24%, podendo chegar a 30.
Convenhamos, é um número robusto e praticamente dez vezes maior que a inflação, que tem ficado em 5% nos últimos anos. O empresário que paga 1000 reais vai passar a pagar 1450. Além de todos os outros impostos e de todos os encargos trabalhistas.
O governo domina várias formas de extorquir e esfaquear o contribuinte. Quando a população foi às ruas contra os 20 centavos, era como se lutasse contra um esfaqueamento contínuo, que dói tantas vezes ao dia que acaba se tornando insuportável. Mas as facadas realmente profundas, que esfacelam vários órgãos internos e aniquilam o orçamento de tantas famílias – IPTU, IPVA e o temido IR -, permanecem vigorosas.
Haddad disse que não achava "exagerados" o aumentos dos impostos residenciais e desconversou sobre o aumento do IPTU comercial, descrito pelo promotor de justiça Mauricio Ribeiro Lopes como "nem razoável, nem proporcional."
Nem razoável nem proporcional, mesmo. Talvez influenciado pela mentora intelectual do PT, Haddad tergiversa sobre o IPTU comercial porque julga o comerciante um petulante, arrogante e terrorista. Ou talvez os caras realmente achem que é normal decretar um aumento de 45%. Vai saber.
Aumentar o imposto comercial atrasa a vida do empresário. Com a vida atrasada, o cara desiste de contratar mais trabalhadores. Pior, vai demitir um monte. É provável que venha a falir, como a maioria das empresas brasileiras.
Fico vendo vários economistas respeitados falando em desonerar o contribuinte. E chega o Haddad com uma onerada dessas. Ou está muito mal assessorado, ou os paulistanos estão f*****s. Pela mentalidade de certos professores da USP, a coisa já está ficando complicada.
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