É pela vida das mulheres
Os casos de violência contra a mulher quase que quadruplicou de 2018 para cá, muito pela influência negativa que cresceu com a ascensão do mito ‘macho alfa’, que saiu do armário para os gabinetes do poder

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Menino de onze anos liga para o serviço de emergência da polícia militar e pede socorro: “Meu pai está agredindo minha mãe. Não estou passando trote, por favor, me ajuda”, disse. Isso aconteceu em Cuiabá.
Os casos de violência contra a mulher quase que quadruplicou de 2018 para cá, muito pela influência negativa que cresceu com a ascensão do mito ‘macho alfa’, que saiu do armário para os gabinetes do poder. A misoginia, o racismo e a homofobia são pautas diárias nas entrelinhas dos pronunciamentos dos integrantes do executivo.
O feminicídio é a maior expressão da violência contra a mulher, e geralmente se dá como consequência da recorrente violência doméstica. O dispositivo que trata desse tipo de crime ainda é muito negligenciado, assim como a efetivação da Lei Maria da Penha, que ainda tem difícil aplicação e efetividade.
Não por coincidência, os agressores têm em seus perfis nas redes sociais, postagens de apoio a Bolsonaro; muitos aparecem portando armas de fogo, ou fazendo o nefasto gesto da ‘arminha’ com as mãos.
Caso emblemático e que marcou a campanha para a ALERJ nas eleições passadas, foi o de Rodrigo Amorim (PSL), deputado mais votado, que ficou famoso por ter quebrado a placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, e que virou uma espécie de símbolo do homem covarde.
E por falar em Marielle, ontem, no Circo Voador, ficamos todos emocionados com a presença de seus pais e sua irmã, em ato de Lula com os artistas. A deputada federal pelo PCdoB, Jandira Feghali, como sempre, foi direta: “Nós não falamos de morte, nós só falamos de morte, mesmo na música, para fazer denúncia; as mulheres do rap e do funk falam de morte para fazer denúncia, porque sabe que há um racismo estrutural nesse país”.
No combate à violência contra as mulheres podemos e devemos disparar as armas que temos, não as de fogo, porque fomos criados para a paz; vamos disparar as armas da educação, da justiça, da denúncia, da conscientização, das artes. É pela vida das mulheres que cantamos em coro no Circo Voador o refrão da canção “Nunca pare de sonhar”, de Gonzaguinha: “Fé na vida, fé no homem, fé no que virá, nós podemos tudo, nós podemos mais. Vamos lá fazer o que será”.
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