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E Brizola assombrou a Beija-Flor e a Globo em forma de vaias

A Beija-Flor apenas pegou essa rebarba e foi vaiada, porque no imaginário do povo brasileiro, querendo ou não, a Beija-Flor é vinculada à Globo. Ponto! E pagou com o sentimento de antipatia por grande parte do público

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Laíla é como é conhecido o diretor de Harmonia do Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor; e reclamou muito... Das vaias à sua agremiação. A escola de samba homenageou o ex-diretor-geral da Rede Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, com o enredo "O astro iluminado da comunicação brasileira". Dezenas de atores e apresentadores "globais" se apresentaram ao ex-chefe e cooperaram com o desfile da Beija-Flor, a escola de samba mais identificada com as empresas e os interesses da família Marinho, no que diz respeito ao Carnaval e a uma parceria, que remonta ao ano de 1976 quando a escola de samba de Nilópolis ganhou seu primeiro carnaval da Liga Especial sob a batuta do famoso carnavalesco Joãosinho Trinta, considerado por muitos críticos como o maior gênio da história do Carnaval carioca.

Entretanto, pessoas, grupos, entidades ou empresas acostumadas a vencer geralmente não sabem perder, ainda mais quando uma escola de samba da grandeza e riqueza da Beija-Flor tem seus acessos franqueados aos bastidores e programas da mais poderosa emissora de televisão da América Latina e uma das maiores do mundo. Por isto e por causa disto, o chororô e o inconformismo de Laíla e, evidentemente, da diretoria da Beija-Flor foi grande, sendo que Laíla demonstrou, indubitavelmente, que é mau perdedor, ainda mais que a agremiação de Nilópolis ficou com o sétimo lugar e, por seu turno, não pôde participar do Desfile das Campeãs, realizado no sábado passado.

A Beija-Flor e seus principais integrantes de seus diferentes setores (alas) participam há muitos anos dos programas "globais", o que lhes favorece no que tange à visibilidade. Os programas do Faustão, do Luciano Huck, da Angélica, da Xuxa, da Regina Casé, além do Fantástico, do Big Brother e até mesmo alguns programas humorísticos, bem como os esportivos, a exemplo do Esporte Espetacular e Globo Esporte, entre outros, como o jornalismo do RJ TV, apresentam e dão destaque, uns mais e outro menos, aos membros da Beija-Flor, que, acostumados com tanta visibilidade, sentem-se à vontade em frente às câmeras, como os peixes se sentem bem quando dentro da água.

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Realmente, existe uma parceria entre a Beija-Flor e as Organizações(?) Globo. E não é necessário uma pessoa ser "genial" ou esperta o suficiente para perceber esses fatos e realidades, porque eles estão à frente dos nossos olhos, embaixo dos nossos narizes, e quem não vê ou percebe é porque não quer ou vive no mundo da lua. O mestre de Harmonia estrilou e sentiu o golpe, como um boxeador sente quando é nocauteado. O diretor se autodenomina "brigão" e ameaçou a Liga das Escolas de Samba com a ausência da Beija-Flor no Carnaval de 2015, se, porventura, os jurados não forem trocados, ou seja, excluídos dos julgamentos sobre as performances das escolas de samba.

Evidentemente, sabemos todos que a Beija-Flor jamais abriria mão de participar de tão rentável evento, lúdico, e de expressão internacional. Além do mais, existem muitos contratos e compromissos que não podem simplesmente serem rasgados. A verdade é que tais afirmações de Laíla refletem sentimentos de raiva e retratam o choro de perdedor, o que por sinal não deixa de ser uma virtude de um profissional do samba que não gosta de perder, por ser competitivo.

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Contudo, a Beija-Flor deu uma furada quando resolveu "homenagear" o Boni, ex-executivo da Globo e que ainda mantém fortes laços com as companhias midiáticas dos Marinhos, as mais influentes do Brasil no segmento, mas que é questionada por partidos políticos de esquerda, por instituições, entidades e associações da sociedade civil organizada e por parte significativa do povo brasileiro, que, apesar assistir suas novelas, programas de auditórios e partidas de futebol, sabe quem são as Organizações(?) Globo, o que representam, o que fizeram no passado, bem como entendem muito bem que os magnatas bilionários donos dessas empresas são useiros e vezeiros em intervir, equivocadamente, na política brasileira, além de quererem pautar as autoridades eleitas pelo povo ou nomeadas por ele, a exemplo dos presidentes da República, dos parlamentares do Congresso e dos juízes do Supremo.

O Boni, por exemplo, sempre foi um executivo duro em seus trabalho e atividades, voltado aos interesses da família que o empregava e o pagava muito bem. Há cerca de dois anos o "global" reconheceu, em entrevista ao repórter Geneton Moraes Neto, que ele, juntamente com alguns responsáveis pelo Jornal Nacional, receberam, em 1989, os principais assessores de Fernando Collor de Mello, candidato da direita e que derrotou Luiz Inácio Lula da Silva por pequena margem de votos, o suficiente para a direita brasileira continuar no poder após 21 anos de ditadura militar.

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Boni afirma, categoricamente, que a Globo manipulou as primeiras eleições presidenciais, bem como último debate entre Lula e Collor foi editado, de forma que aparecesse para o público os melhores momentos de Collor e os piores momentos de Lula. Um verdadeiro acinte e crime eleitoral previsto na legislação. Mas não foi somente este caso que faz com que muitas pessoas sintam antipatia pela "Vênus Platinada" e, consequentemente, um forte sentimento de rejeição. As empresas dos irmãos Marinhos são recalcitrantes ao tempo que recorrentes, no que é concernente a cometer erros, com o propósito de manipular e dissimular as realidades que se apresentam e com as quais as Organizações(?) Globo não coadunam ou não concordam.

Vale lembrar que a TV Globo é filha da ditadura militar mediante parceria com a norte-americana Time-Life. Um início ilegal, porque, de acordo com a Constituição da época e também a atual, é proibido a estrangeiros participar ou se associar a empresas brasileiras que exploram setores da economia de concessão pública. Ponto! Só que não é apenas esta questão que desrespeita os interesses do povo brasileiro. A Globo faz oposição e se transformou em partido político. No entanto, seus militantes não concorrem às eleições e muito menos apresentam quaisquer programas de governo ou projeto de País.

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E nem poderia ser diferente, porque são conglomerados privados que evidenciam, dia a dia, suas escolhas políticas, partidárias e ideológicas, que atuam e agem no campo conservador, à direita do espectro ideológico e que não toleram que governantes de esquerda assumam o poder, como nos casos de Leonel Brizola nos Estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, Miguel Arraes, em Pernambuco, e Lula e Dilma Rousseff, em âmbito nacional.

Somente para citar esses políticos, porque a imprensa de negócios privados sempre, no decorrer das décadas, combateu políticos progressistas ao ponto de se unir, sem vacilar, aos golpistas de todos os tempos até chegar ao golpe militar de 1964, e, dessa forma, beneficiar-se para enriquecer e assim ter influência. Ressalto ainda que a TV Globo, do homenageado Boni, e O Globo, empresa matriz dos Marinhos, são portadores do péssimo estigma de manipuladores e golpistas, fama esta que, sobremaneira, repercutiu junto aos protestos de junho.

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Os manifestantes passaram a vaiar, a ameaçar ir às vias de fato contra os repórteres e cinegrafistas da Globo, profissionais que, primeiramente, deixaram de usar as camisas com o logotipo da empresa, depois cobriram o logotipo dos microfones, em seguida resolveram cobrir os eventos em cima dos telhados dos prédios, para, logo em seguida, realizarem as coberturas de helicóptero. Anteriormente, as fachadas das sedes da Globo do Rio e de São Paulo foram manchadas com cocô. Esses episódios aconteceram; e se alguém da imprensa ou cidadão não viu ou não entendeu o que aconteceu sugiro que está na hora de rever seus conceitos sobre a verdade dos fatos. Ponto!

Estou a narrar o porquê de a Beija-Flor ter sido vaiada e parte significativa das arquibancadas do Sambódromo ter gritado o nome do gaúcho trabalhista Leonel Brizola. Para quem não sabe, Brizola, Oscar Niemeyer e Darcy Ribeiro acabaram com o comércio venal e político das arquibancadas metálicas que todos os anos eram montadas e desmontadas para receber milhares de pessoas que queriam ver as escolas de samba. Brizola apoiou Darcy e prontamente, no ano de 1984, o maravilhoso Sambódromo do Rio, com as linhas de Niemeyer, foi erguido. Pausa...

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... Antes de o desfile deste ano começar, a Rede Globo e seus áulicos que não entendem nada de samba, mas apenas pegam carona na sabedoria e no conhecimento dos profissionais e especialistas (estes não são de prateleiras como os da Globo News) lembrou, festivamente, de o Sambódromo está a completar 30 anos. Nada mais falso. E digo por quê: quando da ideia de trabalhistas e comunistas de se construir o Estádio do Carnaval, coisa que a direita jamais faria na época, porque a direita não faz nada para ninguém, pois só tira e explora, o jornal O Globo publicou, em sua capa, duas charges.

A primeira era do grande ator Paulo Gracindo, na figura do prefeito Odorico Paraguaçu, sentado à mesa com uma maquete do cemitério que tal personagem do "Bem Amado" queria inaugurar e não inaugurou. A segunda charge era a de Leonel Brizola, também sentado à mesa com uma maquete do Sambódromo, com a seguinte legenda: "O coronel Odorico Paraguaçu existe". Nada mais perverso e equivocado. Porém, o que se esperar de uma direita que atua como partido político e que odeia o Brasil, luta contra sua independência e que não tolera que o povo brasileiro seja definitivamente emancipado? Respondo: nada! Não se pode esperar nada de escorpiões, a não ser seus venenos.

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Hoje, a Globo ganha rios de dinheiro com o Sambódromo e comemora seus 30 anos na maior cara de pau e insensatez. É o que poderíamos chamar de inconsequência e irresponsabilidade totais, porque os magnatas bilionários de imprensa e seus feitores coxinhas não tem, pode acreditar, quaisquer responsabilidades com o desenvolvimento do Brasil e com o crescimento social de seu povo cuja parte dele é capaz de vaiar os artistas da Globo presentes na homenagem da Beija-Flor a Boni, que nunca fez nada pelo Brasil, pelo contrário, o prejudicou, como ele mesmo confirmou quando da manipulação das eleições presidenciais de 1989.

Você não precisa ser um sociólogo, ou um político profissional de talento, ou um antropólogo, ou jornalista de política, ou qualquer coisa que o valha para ter a compreensão do que aconteceu com a Beija-Flor. Basta apenas não ser um alienado, que não enxerga a um palmo do seu nariz sobre as coisas que te rodeiam e possam mudar ou mexer com sua vida. Basta-nos, sobretudo, esforçar-nos para lembrar de tudo aquilo que já aconteceu, e, para fazer isso, ninguém precisa ter uma memória de elefante, apenas discernimento.

Então, para finalizar, vamos lá: as Organizações(?) Globo são filhotes autênticos da ditadura militar. Tais trustes de comunicação tentaram "melar" a vitória de Brizola ao Governo do Rio, em 1982, conhecido como o escândalo da Proconsult. A Globo tentou esconder até quando pudesse as Diretas Já!, ao ponto de informar que o movimento político e cívico era uma comemoração pelo aniversário de São Paulo. Um absurdo e a falta de qualquer compromisso com a verdade, com os fatos e com o jornalismo.

Não satisfeita com a empulhação e a trapaça, a Globo, como já afirmei antes, manipulou e por isso interferiu nas eleições presidenciais de 1989. Em 2006, favoreceu o candidato tucano, Geraldo Alckmin, para, finalmente, em 2010, apostar na bazófia que foi o escândalo da bolinha de papel. Nesse lamentável episódio, a Globo, O Globo, o G1, a Época, dentre outros canais de comunicação social, abusaram da sordidez e tentaram, de todas as maneiras, interferir no resultado das eleições ao mostrar, sistematicamente, em seus jornais, a mentirosa agressão mequetrefe e rastaquera que o candidato do PSDB, José Serra, sofreu após ser atingido por uma bolinha de papel. Surreal!

Totalmente despida de senso crítico e com o propósito de dar continuidade ao verdadeiro e genuíno jornalismo de esgoto, a Rede Globo passou a entrevistar o perito Ricardo Molina, profissional há muito tempo contestado desde quando participou do caso do assassinato de PC Farias, tesoureiro do candidato Fernando Collor, em 1989. Foi um verdadeiro show de insensatez e forçação de barra. Por fim, deu no que deu, ou seja, em nada. Apenas mais uma vez as pessoas perceberam que as Organizações(?) Globo não são de brincadeira.

A Beija-Flor apenas pegou essa rebarba e foi vaiada, porque no imaginário do povo brasileiro, querendo ou não, a Beija-Flor é vinculada à Globo. Ponto! E pagou com o sentimento de antipatia por grande parte do público. Leonel Brizola, o construtor do Sambódromo há 30 anos, assombrou a Globo e a Beija-flor em forma de vaias. O mestre Laíla ficou na bronca, porque não entendeu nada. Mas, o choro é livre. É isso aí.

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