E agora, Caifás?

Contra Lula não há absolutamente nada, como nada havia contra Dilma. É condená-lo, para cumprir o rito que seus patrões exigiram e esperar que ele seja absolvido logo em seguida, desmoralizando o árbitro arbitrário. Durante todo esse tempo, Moro agiu como um Caifás, perseguindo um homem por suas idéias e não por qualquer crime. E o STF, omisso, agiu como um Sinédrio, a endossar as estripulias de um fanático

Moro
Moro (Foto: Lelê Teles)


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condenar ou não condenar Lula, tanto faz.

o destino de Moro é a lata de lixo da história.

e ela já tá com a tampa levantada, só esperando a Globo dar um pé na bunda dele.

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Moro viveu a ilusão de estar a moralizar o Brasil; a mulher que mora com ele o ajudou nesse delírio.

como o fez uma multidão de midiotas.

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somos milhões de Cunha, gritavam os seguidores do Morismo: uns fantasiados de Batman, outros de Capitão América; uns pedindo a morte de Dilma, outros a prisão de Lula e todos a elogiar aécio, o aético netinho do vovô.

a nação viveu um pesadelo: era Lobão em ataques de licantropia, o adolescente coreano mostrando a bunda mole, umas moçoilas exibindo cirurgias plásticas, Gentili e Madureira disputando quem era mais sem graça e uma malta de gente branca e endinheirada com a camisa da CBF, com a mão no peito a cantar o hino nacional nas ruas.

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em clima de rave cívica, e anabolizados pelos colunistas da mídiaZona, esses analfabetos políticos bateram bumbo pedindo a queda de Dilma.

quem administrava a dose diária de ódio que eles tomavam eram as Sheherazades, as Leitões, as Lobos, os Waacks, os Azevedos, os Jabores...

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e o que Dilma fez para merecer o escárnio dessa gente?

bem, ela colocou a Graça Foster para presidir a Petrobrás e estancar a sangria desatada que rolava por lá desde que se perfurou o primeiro poço no Brasil.

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Dilma - aquela que os midiotas mandaram tomar no cu durante a copa - contrariou os interesses de aécio (grafemos sempre em minúsculas) em Furnas.

e o nosso aético netinho do vovô quase acabou no xilindró.

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mas, enfim, ele acabou.

e acabou como pau de galinheiro, todo emporcalhado.

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seus fiéis apoiadores, antes onipresentes, desapareceram: tucano Huck, Dória, Márcio Garcia, Isabel do Vôlei, Alexandre Frota, o Fenômeno...

com mil diabos.

essa mesma Dilma - com a qual fizeram um abjeto adesivo de carro, de pernas abertas para receber a bomba de gasolina - demitiu da Caixa Econômica o tal Geddel, aquele cara de pau que Renato Russo conheceu na escola e o chamava de porco.

o suínico Geddel se encontra, hoje, atrás das grades, chorando como um cristão, com saudades de seu patrimônio de mais de 60 milhões de lascas, resultado de suas falcatruas.

foi Dilma – aquela que os entusiastas do morismo desejaram que os torturadores a tivessem matado - quem defenestrou Paulo Roberto Costa da diretoria da Petrobrás.

e Costa também foi preso.

atentai, bem!

Dilma, odiada pelos amantes de Moro, esnobou Eduardo Cunha quando este a ameaçou: "ou me apóia ou lhe derrubo", ela preferiu cair de pé, de cabeça erguida.

Cunha caiu em cana.

a turma da capa preta, que já recebe acima do teto (recebe no sótão), queria 70% de aumento, para tanto chantageava a presidenta.

mas Dilma disse que não daria aumento nem que a vaca tossisse.

a legítima presidenta, ainda, recusou-se a aumentar as verbas de publicidade, o que deixou a Globo com o pires na mão, mendigando leitinho público, qual o nosso vexoso gato angorá.

e, last but not least, Dilma se recusou a comprometer as contas públicas para comprar apoio parlamentar e se manter no poder.

essa é a mulher que é odiada pelos moristas.

por isso, o morismo é uma espécie de moralismo imoral e indecente.

mas até os seguidores de Moro, uns fantoches em exercício de ventriloquia, o abandonaram no dia do tão aguardado depoimento de Lula, em maio, em Curitiba.

Moro, como aécio, está só.

e está nu.

contra Lula não há absolutamente nada, como nada havia contra Dilma.

é condená-lo, para cumprir o rito que seus patrões exigiram e esperar que ele seja absolvido logo em seguida, desmoralizando o árbitro arbitrário.

durante todo esse tempo, Moro agiu como um Caifás, perseguindo um homem por suas idéias e não por qualquer crime.

e o STF, omisso, agiu como um Sinédrio, a endossar as estripulias de um fanático.

o resultado disso tudo: um país quase quebrado, o desemprego a perder de vista, uma inocente condenada, um inocente em vias de, e uma malta de bardotos a tomar conta da república, doando o patrimônio público aos estrangeiros e pilhando tudo, antes do apagar das as luzes.

Só há uma forma de corrigir esse erro histórico: devolver o mandato á presidenta, meter o Temer na cadeia e aguardar as próximas eleições onde teremos:

Lulam iterum populi voluntate volo, Lula de novo com a força do povo.

palavra da salvação.

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