É a vacina, estúpido

"Todos os estadistas já perceberam que quem primeiro vacinar sua população será o primeiro a retomar o crescimento, e como o processo é muito complexo e demanda muito tempo, vai vacinar a população antes quem começar o processo antes", avalia o jornalista Alex Solnik, ao criticar o negacionismo de Jair Bolsonaro

Bolsonaro e vacina
Bolsonaro e vacina (Foto: Reuters)


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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia 

James Carville, estrategista do Partido Democrata na eleição presidencial americana de 1992, resumiu, em cartazes que espalhou por todo o escritório de campanha, os três pontos centrais que deveriam nortear o embate de Bill Clinton contra George W. Bush, que tinha imensa popularidade e disputava a reeleição: 1) mudança vs. mais do mesmo; 2) a economia, estúpido e 3) não esquecer o sistema de saúde.

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As orientações 1 e 3 caíram no esquecimento, mas a número 2 pegou, ficou famosa em todo o mundo e é repetida desde então em várias versões.

Me lembrei dela ao assistir à desastrada posse do novo ministro da Saúde, o general Eduardo Pazzuelo. Ele fez tudo errado. No mesmo dia em que diretores da OMS alertavam para o recrudescimento da pandemia na Europa e recomendavam que se evitasse festas e aglomerações ao redor do mundo, a cerimônia de posse foi presencial e não faltaram apertos de mão e abraços.

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Além de ignorar a OMS, Pazzuelo não levou em conta que cinco pessoas haviam se contaminado com o coronavírus durante a cerimônia de posse do novo presidente do STF, Luiz Fux, inclusive o próprio e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

Mas o que mais me chocou ou revoltou foi o fato de que nem ele nem Bolsonaro fizeram, em seus discursos, sequer menção à vacina, que é o Santo Graal atrás do qual o mundo todo está atrás. Enquanto os países discutem como serão divididas as bilhões de doses de vacinas que serão necessárias, o presidente do Brasil mais uma vez faz propaganda explícita da cloroquina, já abandonada como tratamento para covid-19 em todos os países.

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É um horror viver num país governado por um ignorante, teimoso e preconceituoso, sem falar em outras particularidades hediondas.

Tomara que apareça logo algum James Carville para pregar em todas as paredes do Alvorada e do Planalto cartazes dizendo: “é a vacina, estúpido”! Para ver se ele se toca.

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Todos os estadistas já perceberam que quem primeiro vacinar sua população será o primeiro a retomar o crescimento, e como o processo é muito complexo e demanda muito tempo, vai vacinar a população antes quem começar o processo antes.

Inclusive seu ídolo Donald Trump que está anunciando a vacina em seu país “em duas ou três semanas”. Antes, portanto, das eleições.

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Nenhum plano econômico, nenhuma reforma, nenhum auxílio emergencial serão tão eficazes quanto a vacinação em massa e para que isso ocorra o Brasil precisa se associar a projetos de várias vacinas, a de Oxford, a russa, a Covaxx, a chinesa, quanto mais melhor.

Tudo o que o governo gastar em vacina não será gasto, será investimento. Investimento em saúde, na economia e na reeleição, por consequência.

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Caso Bolsonaro continue com essa agenda negacionista, reacionária e estúpida a tendência é o país se tornar rapidamente não uma Venezuela, mas um Haiti, no qual, aliás, os generais de Bolsonaro são especialistas.

O comandante da operação no Haiti e atual número 1 do Exército, Edson Pujol, compareceu à cerimônia, dando aval àquilo tudo, inclusive ao fato de Pazzuelo assumir o ministério e continuar na ativa.

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É a vacina, estúpido

James Carville, estrategista do Partido Democrata na eleição presidencial americana de 1992, resumiu, em cartazes que espalhou por todo o escritório de campanha, os três pontos centrais que deveriam nortear o embate de Bill Clinton contra George W. Bush, que tinha imensa popularidade e disputava a reeleição: 1) mudança vs. mais do mesmo; 2) a economia, estúpido e 3) não esquecer o sistema de saúde.

As orientações 1 e 3 caíram no esquecimento, mas a número 2 pegou, ficou famosa em todo o mundo e é repetida desde então em várias versões.

Me lembrei dela ao assistir à desastrada posse do novo ministro da Saúde, o general Eduardo Pazzuelo. Ele fez tudo errado. No mesmo dia em que diretores da OMS alertavam para o recrudescimento da pandemia na Europa e recomendavam que se evitasse festas e aglomerações ao redor do mundo, a cerimônia de posse foi presencial e não faltaram apertos de mão e abraços.

Além de ignorar a OMS, Pazzuelo não levou em conta que cinco pessoas haviam se contaminado com o coronavírus durante a cerimônia de posse do novo presidente do STF, Luiz Fux, inclusive o próprio e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

Mas o que mais me chocou ou revoltou foi o fato de que nem ele nem Bolsonaro fizeram, em seus discursos, sequer menção à vacina, que é o Santo Graal atrás do qual o mundo todo está atrás. Enquanto os países discutem como serão divididas as bilhões de doses de vacinas que serão necessárias, o presidente do Brasil mais uma vez faz propaganda explícita da cloroquina, já abandonada como tratamento para covid-19 em todos os países.

É um horror viver num país governado por um ignorante, teimoso e preconceituoso, sem falar em outras particularidades hediondas.

Tomara que apareça logo algum James Carville para pregar em todas as paredes do Alvorada e do Planalto cartazes dizendo: “é a vacina, estúpido”! Para ver se ele se toca.

Todos os estadistas já perceberam que quem primeiro vacinar sua população será o primeiro a retomar o crescimento, e como o processo é muito complexo e demanda muito tempo, vai vacinar a população antes quem começar o processo antes.

Inclusive seu ídolo Donald Trump que está anunciando a vacina em seu país “em duas ou três semanas”. Antes, portanto, das eleições.

Nenhum plano econômico, nenhuma reforma, nenhum auxílio emergencial serão tão eficazes quanto a vacinação em massa e para que isso ocorra o Brasil precisa se associar a projetos de várias vacinas, a de Oxford, a russa, a Covaxx, a chinesa, quanto mais melhor.

Tudo o que o governo gastar em vacina não será gasto, será investimento. Investimento em saúde, na economia e na reeleição, por consequência.

Caso Bolsonaro continue com essa agenda negacionista, reacionária e estúpida a tendência é o país se tornar rapidamente não uma Venezuela, mas um Haiti, no qual, aliás, os generais de Bolsonaro são especialistas.

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