Duelo de titãs
No centro da arena política, mais uma vez estão a postos dois gladiadores: Lula e FHC
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"Não dá mais. É preciso mudar agora", discursava o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa sessão solene do Senado, marcada a pedido de seu pupilo Aécio Neves (PSDB-MG), para celebrar os 20 anos do Real. No mesmo dia, um artigo do também ex-presidente Lula, ecoava nos meios políticos e empresariais. "Por que o Brasil é o país das oportunidades", explicava Lula, destacando virtudes como o baixo desemprego, a inclusão da nova classe média e os US$ 375 bilhões em reservas.
FHC e Lula estão de volta e serão, sim, bem mais do que atores coadjuvantes das eleições de 2014. E nem precisam ter seus nomes gravados nas urnas eletrônicas – muito embora haja mais certeza a respeito disso no tocante ao tucano do que ao petista.
O resgate de FHC é uma ação deliberada de Aécio, uma vez que a estratégia de escondê-lo, usada pelo PSDB nas últimas três eleições presidenciais, se mostrou ruinosa. Na mesma solenidade do Real, Aécio não apenas exaltou o legado de FHC, como também destacou o ímpeto reformisma do próprio PSDB. "Mudamos uma vez, podemos mudar de novo."
No campo petista, Lula é, até agora, o "candidato dublê", uma espécie de reserva de luxo, pronto para qualquer eventualidade. A tendência é que ele ajude a candidata Dilma Rousseff a multiplicar sua presença. Se ela estiver em campanha num canto do País, ele estará em outro. E por mais que grupos internos do PT e da base aliada alimentem intrigas e rumores de divisão entre ambos, Dilma já deixou claro que será impossível criar conflitos na relação que ambos mantêm.
Nesse contexto, o movimento "Volta, Lula" também tende a perder força diante das mais recentes pesquisas eleitorais. Mesmo tendo menos gordura do que seu antecessor, Dilma mantém amplo favoritismo para vencer em primeiro ou segundo turno. Substituí-la sem uma razão objetiva seria traumático. Além disso, o cansaço da população com os protestos, já captado em várias pesquisas, tende a esfriar o movimento #naovaitercopa.
Com as duplas FHC-Aécio e Lula-Dilma competindo por corações e mentes, cresce a tendência de que se repita a mesma polarização entre PT e PSDB das eleições anteriores.
A menos que, com a entrada de Marina Silva como vice em sua chapa, o que se espera para a semana pós-Carnaval, Eduardo Campos consiga se firmar como terceira via.
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