Dossiê Siemens: aloprados e poderosos

Agora, em meio às prisões dos mensaleiros, eis que o PT consegue engendrar mais uma fraude. E o enredo envolve o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo



✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

É fácil reconhecer que o caso Siemens segue o roteiro de praxe do PT para prejudicar seus adversários.

No enredo petista, sempre tem um dossiê com documentos falsos contra a oposição e, quando descoberta a fraude, nega-se até a morte. Coisa de artista.

O PT se especializou nessa arte. Começou na eleição de 1998, quando estimulou a divulgação do dossiê das Ilhas Cayman contra tucanos. Em 2005, em meio à CPI do Mensalão, surgiu a Lista de Furnas, encomendada por dois deputados petistas.

continua após o anúncio

No episódio dos "aloprados", em 2006, dois petistas foram presos com mais de R$ 1 milhão para a compra de um dossiê contra o então candidato ao governo do Estado de São Paulo, José Serra.

Já na CPI dos Cartões Corporativos, em 2008, que avançava na investigação dos gastos do então presidente Lula, a imprensa descobriu um dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

continua após o anúncio

E na campanha eleitoral de 2010, dados sigilosos da família de Serra foram encontrados num dossiê em posse da equipe da pré-campanha de Dilma Rousseff.

Agora, em meio às prisões dos mensaleiros, eis que o PT consegue engendrar mais uma fraude. O enredo, desta vez, não envolve mais o churrasqueiro preferido de Lula ou seu faz-tudo, como no episódio dos "aloprados", mas o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, seu subordinado, o presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Vinícius Carvalho, e um deputado estadual de alta patente no partido, Simão Pedro.

continua após o anúncio

Carvalho havia sido chefe de gabinete de Simão Pedro, autor de denúncias de cartel em obras do PSDB de São Paulo, e, anos mais tarde, foi alçado à presidência do Cade. Chegou lá, registre-se, escondendo sua filiação ao PT. Depois de alguns encontros com seu ex-chefe, revelados pela imprensa, promoveu um acordo de leniência com a Siemens e abriu a investigação tão almejada por Simão Pedro.

A partir daí começaram a vazar documentos à imprensa tentando envolver membros do PSDB na denúncia de cartel e de recebimento de propina.

continua após o anúncio

E como o ministro Cardozo entrou na trama? Pressionado pela imprensa, ele admitiu ter enviado uma carta-denúncia sem assinatura que citava três governadores de São Paulo e quatro secretários de Estado à Polícia Federal dois dias depois de o Cade negar tê-lo feito. E a história fugiu do script petista, assim como no caso dos aloprados.

Descobriu-se, primeiramente, que na carta-denúncia apócrifa, recebida pelo ministro em sua residência, o tal "denunciante" dizia que estava denunciando o malfeito, mas pedia em troca um cargo na Vale do Rio Doce.

continua após o anúncio

Depois, descobriu-se que na tradução do inglês para o português da tal denúncia foram enxertados os nomes dos tucanos. Com a trama descoberta, o ministro Cardozo reuniu a imprensa para dizer que cumpre a lei e que não se tratava de uma tradução, mas de documentos diferentes, embora no índice do processo entregue à PF conste como sendo uma tradução.

O que o ministro alega que fez a mando da legislação não passou de uma estratégia para emplacar uma denúncia contra o PSDB.

continua após o anúncio

Em um governo sério, o presidente do Cade e o ministro já teriam sido afastados e se daria celeridade às investigações sobre o cartel, sobre o qual o PSDB tem total interesse. Mas, infelizmente, estamos diante de um governo que nutre verdadeira paixão por dossiês fajutos.

O PSDB não se curvará inerte. Enquanto os responsáveis por mais essa fraude não forem afastados de seus cargos, não descansaremos.

continua após o anúncio

O nosso papel será o de impedir que essa fraude prevaleça e que as investigações sobre o cartel sejam seletivas e então denunciar o uso de órgãos do governo com finalidades político-partidárias.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247