Dória traz para o PSDB um mini-Bolsonaro
Para Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, ao receber o deputado Alexandre Frota como mais novo membro do PSDB,o governador de São Paulo, João Doria, quer "usá-lo como pitbull para fustigar adversários do governador dentro do partido, que é a especialidade do neo-tucano. Ele construiu a sua carreira política – se é que se pode chamar de carreira – xingando desafetos à esquerda e à direita, o que lhe rendeu uma coleção de processos por calúnia, injúria e difamação. E muitos votos"
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - Muitos se perguntam, cobertos de razão, o que deu na telha do governador João Dória para receber o deputado federal Alexandre Frota, ex-PSL com tapete vermelho, no PSDB. Identificação ideológica nenhuma, o ex-ator pornô nem sabe o que é social-democracia. Nem se preocupa em saber. Habilidade política também não é o seu forte.
A filiação tem duas utilidades para Dória, que está em campanha para presidente em 2022.
A primeira é usá-lo como pitbull para fustigar adversários do governador dentro do partido, que é a especialidade do neo-tucano. Ele construiu a sua carreira política – se é que se pode chamar de carreira – xingando desafetos à esquerda e à direita, o que lhe rendeu uma coleção de processos por calúnia, injúria e difamação. E muitos votos.
(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)
Se o partido quer “limpar” a sua imagem, esse não é o caminho. Falta muito pouco, mas muito pouco mesmo, para o deputado integrar a lista dos fichas-suja da política, tal é a sua capacidade de produzir escândalos em série, que tangenciam a todo momento a quebra do decoro parlamentar.
Frota é, enfim, um mini-Bolsonaro – Jair foi expurgado do Exército, ele foi expurgado da TV Globo - e foi exatamente esse aspecto, que parece ser o mais horripilante e detestável que mais pesou na decisão do presidenciável precoce.
Um mini-Bolsonaro tem muita serventia tanto interna quanto externamente.
(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)
Além de intimidar e desencorajar possíveis concorrentes de Dória entre os tucanos ao posto de presidenciável, ele será usado como ponte para trazer outros dissidentes do PSL que tiveram boa votação em 2018.
Dória vai tentar, com isso, conquistar os votos do eleitorado arrependido de Bolsonaro – votos que Aécio teve em 2014 e que Alckmin deixou escapar no ano passado.
Para conseguir seu principal objetivo – chegar a número 1 do país – Dória não se importa em desfigurar aquele que já foi o mais importante partido político do país, ao lado do PT e que agora caminha, irreversivelmente, cada vez mais para a direita.
(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247