Dólar Jr. quer ser Capriles

"Dólar Jr. quer ser o Capriles brasileiro", diz o colunista Alex Solnik; "Imagino que na sua cabeça a prefeitura da maior cidade da América do Sul é apenas o primeiro degrau de uma carreira mais ambiciosa (Capriles também começou como prefeito): depois da prefeitura, disputa o governo do Estado em 2018 e, se ganhar e se reeleger (Capriles também foi governador), a presidência da República será o próximo alvo"

"Dólar Jr. quer ser o Capriles brasileiro", diz o colunista Alex Solnik; "Imagino que na sua cabeça a prefeitura da maior cidade da América do Sul é apenas o primeiro degrau de uma carreira mais ambiciosa (Capriles também começou como prefeito): depois da prefeitura, disputa o governo do Estado em 2018 e, se ganhar e se reeleger (Capriles também foi governador), a presidência da República será o próximo alvo"
"Dólar Jr. quer ser o Capriles brasileiro", diz o colunista Alex Solnik; "Imagino que na sua cabeça a prefeitura da maior cidade da América do Sul é apenas o primeiro degrau de uma carreira mais ambiciosa (Capriles também começou como prefeito): depois da prefeitura, disputa o governo do Estado em 2018 e, se ganhar e se reeleger (Capriles também foi governador), a presidência da República será o próximo alvo" (Foto: Alex Solnik)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Fui ontem ao encontro da militância do PSDB com o candidato Dólar Jr., no Club Homs, em São Paulo. Os tucanos estão eufóricos. Não estavam tão eufóricos desde os tempos de Mário Covas. Da boca para fora pregam vestir as sandálias da humildade, mas da boca para dentro já antegozam a vitória.

Multidão de filiados, militantes, funcionários fixos e provisórios compareceu para receber seu novo ídolo. A maioria nem o conhece direito. Nem sabem a fortuna que tem.

Conversei com alguns jovens contratados para carregar bandeiras. Alguns repetiram o que lhes foi ensinado: ele é um trabalhador e suas propostas são boas, estou aqui sem receber nada, sou militante voluntário(a). Confessaram que a única coisa que recebiam em troca do serviço era um lanche: sanduíche de mortadela! Não acreditei! A campanha mais cara, do candidato mais milionário dá o mesmo lanche que o PT? Que absurdo!

continua após o anúncio

Uma delas, no entanto, admitiu que recebia 700 reais por quinzena. O que não é mau. São 1400 por mês. Outra ainda, bem bonitinha, revelou que gravou com Dólar Jr. para a campanha. “Nesse dia”, disse ela “teve almoço de verdade”.

Um dos assuntos que divertiu os convidados vip, como o deputado Carlos Sampaio, foi o fato de o número do PSDB ser 45 e a coligação reunir 13 partidos. “Foi para irritar o PT”? perguntei ao deputado. Em meio a muitas risadas respondeu que poderiam ter sido 45 coligações, “mas não deu”. O vice de Dólar Jr., Bruno Covas também riu à beça e tomou cuidado para não falar “13”: “Nossa coligação tem o PSDB e mais 12”. Fê-lo, usando o linguajar temeriano, para não desagradar a Dólar Jr. que já assumiu em entrevista à rádio Jovem Pan nunca pronunciar o número 13, ele sempre prefere dizer “12 mais um”, certamente para não fazer propaganda do inimigo.

continua após o anúncio

Os discursos variavam nos confetes (jogados ora sobre o candidato, ora sobre o governador), mas convergiam num ponto: “as mesmas forças que afastaram Dilma do Planalto agora vão afastar Haddad da prefeitura”. Claro que essa eleição de São Paulo é mais federal do que nunca. E, a prevalecer a tese, deverão ir ao segundo turno Dólar Jr. e Haddad, reproduzindo a guerra de Brasília.

Dólar Jr., acompanhado de sua esposa (ele diz “esposa” e não “mulher”), ao lado de Alckmin (e esposa) e de alguns ex-progressistas, como Roberto Freire, do PPS e Penna, do PV “tava que tava”.

continua após o anúncio

Subiu na cadeira, mandou o auditório cantar seu jingle, dançou discretamente, levantou a massa. Naquela hora, espremido por aquela gente que mal sabia quem era aquele senhor de 58 anos que aparenta 35, sem um fio de cabelo branco, sem uma ruga no rosto, percebi haver alguma semelhança entre ele e o Henrique Capriles Radonski da Venezuela.

São milionários, comunicadores, demagogos, ambiciosos, agressivos, populistas de direita e sem nenhum escrúpulo, que é como o tucano histórico e ex-governador, Alberto Goldman tem definido o candidato do seu partido.

continua após o anúncio

É isso, Dólar Jr. quer ser o Capriles brasileiro. Imagino que na sua cabeça a prefeitura da maior cidade da América do Sul é apenas o primeiro degrau de uma carreira mais ambiciosa (Capriles também começou como prefeito): depois da prefeitura, disputa o governo do Estado em 2018 e, se ganhar e se reeleger (Capriles também foi governador), a presidência da República será o próximo alvo (Capriles disputou com Chávez, perdeu por pouco).

Seria um plano perfeito: fica na prefeitura dois anos e sai deixando no lugar o herdeiro político de Mário Covas.

continua após o anúncio

Uma saída triunfal. Pela direita.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247