Do Uruguai ao Colorado

A legalização da maconha deveria estar na agenda dos candidatos à presidência, mas nenhum irá tocar nesse tabu. Pena que não exista um Mujica no Brasil



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Responda com sinceridade: um jovem que fume maconha, como tantos que existem por aí, em praticamente todas as famílias brasileiras, deve ser preso? Deve responder a algum processo judicial? Isso é realmente caso de polícia?

É exatamente essa a discussão que deve ser travada no Brasil e que mereceria estar na agenda de todos os candidatos à presidência da República, em 2014. Se o exemplo uruguaio era antes uma excentricidade, que vinha de um pequeno país ao sul, desde o primeiro dia do ano a maconha já pode ser consumida livremente no estado do Colorado "para fins recreativos" – e não apenas medicinais. De lá, a iniciativa partirá para outros estados americanos – Washington é o segundo da lista – e, em breve, conquistará todo o país que se vê como a terra da liberdade e dos direitos civis. A tendência é inevitável, uma vez que, ano após ano, cresce o apoio da sociedade americana à legalização total da maconha.

No Brasil, há mais de uma década o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vem lutando pela legalização das drogas leves. Seu argumento é cristalino: criminalizá-las favorece apenas o tráfico e a economia paralela movimentada por um negócio clandestino. Pena que seu argumento não tenha convencido seu candidato Aécio Neves, que já disse publicamente discordar de FHC. Em 2014, a presidente Dilma também não tocará nesse tabu e é improvável que a bandeira seja levantada por Eduardo Campos, especialmente após a aliança com a evangélica Marina Silva.

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Hoje, a legalização é defendida por intelectuais de peso, como Mario Vargas Llosa, que também saiu em defesa da iniciativa uruguaia, liderada pelo ex-guerrilheiro José Pepe Mujica. Segundo ele, Mujica fez do Uruguai, eleito país do ano pela revista The Economist, um farol da liberdade no mundo.

Além da questão dos direitos civis, há também o argumento econômico. No Colorado, as autoridades estimam que o consumo recreativo da maconha irá movimentar US$ 578 milhões por ano, dos quais US$ 67 milhões irão para o estado, na forma de impostos.

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No Brasil, esse negócio já existe e continuará existindo, com ou sem a legalização. No entanto, alimenta as engrenagens do crime, da clandestinidade, da corrupção policial e da violência. Será que não é hora de seguir o exemplo uruguaio? Ou do Colorado?


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