Do negacionismo ao negocionismo
Com a tragédia humanitária causada pela pandemia, a narrativa do negacionismo foi adotada para desqualificar a ciência, com a tese da imunidade re rebanho, tratamento com remédios ineficazes e contra a vacinação. O que se sabe, dezesseis meses após a primeira morte por Covid-19 no Brasil, é que os negacionistas são, na verdade, negocionistas
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Durante algum tempo tivemos a sensação de que os integrantes do governo de Jair Bolsonaro, inclusive o próprio, eram negacionistas que acreditavam que a Terra era plana, que recusavam a realidade empírica e confiável. Acostumamos a chamá-los de Olavetes, por seguirem as teorias conspiratórias do falso guru e dublê de astrólogo, Olavo de Carvalho.
Com a tragédia humanitária causada pela pandemia, a narrativa do negacionismo foi adotada para desqualificar a ciência, com a tese da imunidade re rebanho, tratamento com remédios ineficazes e contra a vacinação. O que se sabe, dezesseis meses após a primeira morte por Covid-19 no Brasil, é que os negacionistas são, na verdade, negocionistas.
O governo de Jair Bolsonaro recusou a compra de vacinas, não por desconfiança na ciência e na eficácia de uma vacina criada em “tão pouco tempo” como diziam, mas por não haver nos contratos com as Empresas reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde – OMS, uma forma, ‘um rolo’, que facilitasse roubar o dinheiro público.
Denúncias investigadas pela CPI, apontou que o governo de Jair Bolsonaro assinou um contrato para a compra de 400 milhões de doses da Covaxin, a vacina da Índia, em dezesseis dias, sem a exigência pelo Ministério da Saúde de que a vacina estivesse na fase 3 de testes na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.
A cronologia nas tratativas para aquisição da CoronaVac e AstraZeneca levaram meses, com ‘chás de cadeira’ de representantes, e dezenas de e-mails não respondidos pelo governo de Jair Bolsonaro. A resposta pela rapidez na negociação com a Covaxin está na propina que ela entregaria aos envolvidos.
Ao que parece, o governo de Jair Bolsonaro aproveitou a pandemia para passar a boiada, não só no Ministério do Meio Ambiente, mas também no Ministério da Saúde.
Para derrubar de vez a bandeira anticorrupção de Bolsonaro, o UOL publicou gravações de áudios onde a ex-cunhada cita o presidente no esquema das ‘rachadinhas’, colocando Bolsonaro no centro do roubo e da distribuição de dinheiro público de salários pagos a assessores do seu gabinete e de seus filhos, por trinta anos.
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