Ditadura da Lava Jato usa a lógica da ditadura militar

O jornalista Alex Solnik faz uma comparação do discurso da Lava Jato com o da ditadura, quando "o grande problema brasileiro era a ameaça do comunismo" e a meta, prender e matar comunistas; "O problema, agora, se chama 'corrupção'. Se acabarmos com ele, estaremos salvos. Mais uma vez, não é preciso repetir, a lógica que inspira a cruzada é a mesma: para acabar com a corrupção, basta prender (ou matar) todos os corruptos. Não se sabe quanto tempo vai levar até Moro e os que o apoiam se darem conta de que a corrupção não vai acabar somente com repressão, tal como não acabou com os comunistas e o comunismo", afirma

O jornalista Alex Solnik faz uma comparação do discurso da Lava Jato com o da ditadura, quando "o grande problema brasileiro era a ameaça do comunismo" e a meta, prender e matar comunistas; "O problema, agora, se chama 'corrupção'. Se acabarmos com ele, estaremos salvos. Mais uma vez, não é preciso repetir, a lógica que inspira a cruzada é a mesma: para acabar com a corrupção, basta prender (ou matar) todos os corruptos. Não se sabe quanto tempo vai levar até Moro e os que o apoiam se darem conta de que a corrupção não vai acabar somente com repressão, tal como não acabou com os comunistas e o comunismo", afirma
O jornalista Alex Solnik faz uma comparação do discurso da Lava Jato com o da ditadura, quando "o grande problema brasileiro era a ameaça do comunismo" e a meta, prender e matar comunistas; "O problema, agora, se chama 'corrupção'. Se acabarmos com ele, estaremos salvos. Mais uma vez, não é preciso repetir, a lógica que inspira a cruzada é a mesma: para acabar com a corrupção, basta prender (ou matar) todos os corruptos. Não se sabe quanto tempo vai levar até Moro e os que o apoiam se darem conta de que a corrupção não vai acabar somente com repressão, tal como não acabou com os comunistas e o comunismo", afirma (Foto: Alex Solnik)


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Houve um tempo em que o grande problema brasileiro era a ameaça do comunismo. Era voz corrente que comunistas comiam criancinhas e iriam invadir casas e terras nacionais com uma violência inaudita. Seria, efetivamente, o fim melancólico de um grande e promissor país independente.

Para cortar o mal pela raiz, missão para a qual até Deus foi convocado a marchar às pressas, os militares removeram o "comunista" João Goulart do poder de forma até bastante tranquila e instalaram uma poderosa máquina de repressão em todo o território nacional encarregada de acabar com o comunismo.

É evidente que essa caça a comunistas, equivalente à cruzada medieval pela conversão dos infiéis, não poderia ter a eficácia desejada se fosse realizada dentro dos limites do estado de direito.

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Faziam parte da máquina instrumentos de censura e de tortura com a conivência do estado: muitas casas de tortura se localizavam em quartéis do Exército.

A lógica dos militares era elementar: para acabar com a ameaça comunista era só prender (ou matar) comunistas. Quando não houvesse um só escasso comunista, o problema estaria resolvido.

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Depois de vinte anos prendendo e matando comunistas, eles perceberam que a luta era inglória, entregaram os pontos, assinaram um acordo com a oposição chamado "anistia" e cinco anos depois foram embora, sem terem levado a cabo as intenções de sua cruzada. Não conseguiram matar todos os comunistas, nem acabar com o comunismo.

O problema, agora, se chama "corrupção". Se acabarmos com ele, estaremos salvos. Mais uma vez, não é preciso repetir, a lógica que inspira a cruzada é a mesma: para acabar com a corrupção, basta prender (ou matar) todos os corruptos.

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Desta vez não foi necessário derrubar um governo civil para instalar a repressão, bastou o surgimento misterioso de um inquisidor travestido de juiz de primeira instância que, em acordo com a grande mídia e a anuência da instância máxima, o STF, se outorgou o direito de desobedecer às leis inscritas na constituição para dar maior eficácia ao combate.

Não se sabe quanto tempo vai levar até Moro e os que o apoiam se darem conta de que a corrupção não vai acabar somente com repressão, tal como não acabou com os comunistas e o comunismo.

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É muito provável que a Lava Jato acabe antes.

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