Dissimulações

Senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB à Presidência, em Brasília 08/12/2021
Senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB à Presidência, em Brasília 08/12/2021 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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A chamada grande mídia adotou Simone Tebet como sua candidata à presidência do País. E não se faz de rogada ao ignorar a inexistência da terceira via e o pretenso candidato Ciro Gomes. São dissimulações da imprensa que refletem as que são propaladas pelo desgoverno federal, dia sim, outro também.

A Folha de S. Paulo, em particular, que tanto clama por imparcialidade, dá um nó em seus princípios básicos, ao confundir versões com fatos em editorial recente. O que fizeram Moro e alguns procuradores foi crime, essa é a palavra, e não “graves erros”. Interessante também é o balizamento que o jornal faz entre as revelações da Vaza Jato e as gravações e atos ilícitos da Lava Jato. Uns podem e outros não? Uma aula de direito básico também seria importante para definir o que é a presunção de inocência e não dissimular com essa tal de imparcialidade.

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A visita de Elon Musk, não ao Brasil, mas ao despresidente, foi eivada de simbolismos, uma vez que interesses espúrios abundam de parte a parte. Ir ao espaço é princípio nobre, dependendo da leveza dos foguetes e da raridade de muitos materiais que são necessários para a empreitada. Mas, dissimuladamente, não é disso que se tratou. Queria ver a opinião do radical neoliberalista Hélio Beltrão, articulista da Folha, que escreveu um libelo em defesa do liberalismo quando ironizou a deputada federal Sâmia Bonfim, que havia criticado o bilionário. Paradoxalmente e para incluir uma pitada química no argumento, hélio é um gás nobre, raro e leve (ou melhor, de baixa densidade), bem ao contrário do articulista. Tais conversas e avaliações acontecem como se o empresário brasileiro realmente corresse riscos em seus empreendimentos, sem depender do Estado (incentivos, isenções, concessões, etc), e a riqueza gerada não viesse do trabalho de outros, daqueles que são mal remunerados, explorados e alijados do processo de consumo. Isso sem falar, especialmente no Brasil, da história escravocrata de geração da tal riqueza, exploração não sustentável dos recursos naturais, passando por grilagem de terras. Dessa última a família Beltrão sabe muito bem.

Até na política editorial de impressão de livros a dissimulação está presente. A isenção ou imunidade fiscal para o livro vai além da legislação. Inclui, é claro, o pressuposto anterior da falta de empreendedorismo de risco. A leitura não é política pública como é o uso de armas e isso somente será alterado com mudança radical de quem está no poder, o que está ficando cada vez mais difícil, haja vista o golpe em curso, que nem é dissimulado pelo despresidente.

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Também quanto a ministros, a dissimulação é matéria onipresente. A título de exemplo, temos um ex-ministro de ciência que nunca foi. Marcos Pontes havia sido eleito como segundo suplente na chapa do falecido Major Olímpio, tornando-se o sucessor direto do senador Giordano (MDB), cujo mandato vai até 2026. Já em 2018 colocou o prefixo “astronauta” a seu nome na inscrição da chapa, caso único de pantomima política com esse tipo de “profissão”. Ou seja, nunca foi sobre ciência e tecnologia sua participação no desgoverno federal, mais um ex que nunca foi, apenas dissimulou a que veio.

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