Discípulo de George Soros tem razão

Mudar a meta é sinalizar flexibilização, maior oferta de dinheiro em circulação, mais oxigênio financeiro numa economia parada

Armínio Fraga
Armínio Fraga (Foto: Roberta Namour)


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Seria catastrófico para quem está mamando nos juros anuais de 13,75% desde agosto do ano passado, diante de uma inflação de 5%; mudar a meta é sinalizar flexibilização, maior oferta de dinheiro em circulação, mais oxigênio financeiro numa economia parada, seca de água para irrigar a plantação, sem a qual a planta não cresce, não engrossa o caule, o tronco, os galhos, as folhas e, claro, não dá frutos. 

Armínio Fraga, homem da banca, discípulo de George Soros, ex-diretor e presidente do BC, que promoveu as recomendações do Consenso de Washington, na Era FHC, está alarmado diante da possibilidade de os juros especulativos caírem, pois diante da desigualdade social que eles promoveram não é possível sustentar lucratividade do capital na produção, no consumo, ou seja, na economia real.

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O papel dele, enquanto governo, foi o de liberar todos os entraves à livre circulação de capital, de dentro para fora e de fora para dentro, acelerando privatizações e isenções de ICMS para exportações de produtos primários e semi-elaborados, de modo a impedir a industrialização no país e consequente modernização do trabalho, agregação de valor da mão de obra nacional e aumento da produtividade geral da economia. 

Mudar a meta de inflação, alerta alarmado, é abrir a economia a essas possibilidades que resultarão em aumento dos investimentos em educação, saúde, segurança, infraestrutura; Armínio é o mestre da estagnação; ele no comando da economia tucana criou as chances de vitória da oposição petista, com Lula e Dilma, e afundou a social democracia de araque de FHC e Cia ltda, cujo resultado foi produzir endividamento interno incontrolável, desequilíbrio cambial e rendição ao FMI, o mesmo que acontece na Argentina, nesse momento. 

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Depois de FHC, o dilúvio, não deu mais para o PSDB ganhar eleição; somente, chegou ao poder, aliando-se à direita liberal e à extrema direita fascista, ao fim e ao cabo, com Bolsonaro, agora, no banco dos réus, junto com seus apoiadores radicais, os militares, desmoralizados diante de CPIs que investigam as falcatruas bolsonaristas que avalizaram; nesse período(2018-2022), os aliados de Armínio, os homens do mercado financeiro, nunca ganharam tanto dinheiro, na especulação com os juros perseguindo metas inflacionárias de 3%, completamente, irrealistas, incompatíveis com desenvolvimento econômico sustentável.

É claro que se a meta inflacionária subir, vamos dizer, para 4% ou 4,5%, 5%, no mesmo patamar atual da inflação em 12 meses , os juros despencariam, para movimentar o comércio, a indústria e os serviços, todos de bico aberto, exângues, sem gás, à espera desesperada de respiradouro, enquanto explode a exclusão social, com mais da metade da população dependurada no crediário.

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Os fascistas querem a continuidade do bolsonarismo, sem Bolsonaro, para liquidar a base social e produtiva do que ainda resta do capitalismo nacional, a fim de jogá-lo nos braços daqueles que estão assaltando as empresas estatais e levando-as na bacia das almas, como acontece com a Eletrobrás e Petrobrás, praticantes de preços ao consumidor incompatíveis com o poder de compra da população.

Ora, é de se perguntar, como está fazendo Ciro Gomes, se o presidente Lula teve força de juntar maioria no Senado para garantir votação consagradora à aprovação do novo ministro Cristiano Zanin, ao STF, por que não terá o poder de fazer o mesmo com o presidente do BC, Campos Neto, demitindo-o por não cumprir metas de inflação que estabelece, há mais de 3 anos, ferindo a Constituição? 

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Zanin, juiz garantista, seria o primeiro a votar pela derrubada do ultraneoliberal que não deixa a economia florescer, a fim de permitir Lula cumprir promessa de campanha eleitoral.

Soberania nacional é o presidente da República ser capaz de afastar o sustentáculo dos especuladores do mercado financeiro, no governo, enquanto a economia está mergulhada no subconsumismo, ampliando desigualdade e exclusão social incontrolável.

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