Direito à renovação
Em todo e qualquer país desenvolvido as gerações se substituem, trocam de bastão e os mais antigos dão espaço aos mais novos
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Um dos principais defeitos de nossa colonização se refere ao direito à renovação.
Explico.
Em todo e qualquer país desenvolvido as gerações se substituem, trocam de bastão e os mais antigos dão espaço aos mais novos.
Prevalece a competência, eleita pelo mérito, ao contrário, no Brasil, a geriontocracia prepondera em todos os setores.
O fracasso da seleção é o mais puro exemplo, técnico ultrapassado, dirigentes superados no tempo e no espaço, salários altos para jogadores e igualmente para técnicos, tudo sem sentido, enquanto os clubes nada pagam à seguridade social.
E no quesito da representação política é tudo muito semelhante, temos nos quadros sempre os mesmos, os partidos não franqueiam suas portas de acesso aos mais jovens, porém, depois de um certo tempo, notamos o vazio e a falta de representatividade, cujos discursos são destoantes à realidade.
Essa incipiente democracia precisa ser refletida, repensada.
Revogada a Lei do Gérson, voltaria a igualdade, a chance entre todos e a justa distribuição da riqueza, porém continuamos a patinar no terreno do crescimento e do desenvolvimento.
Renovar é preciso e inadiável em todos os campos, vimos agora que o Presidente eleito do Tribunal de Justiça de Minas Gerais tem apenas 51 anos, fato raro na estrutura da Justiça nacional.
Nota-se em todos os poderes da República a perpetuação, e não renovação no poder, o que é estranho e detrimentoso ao fortalecimento da democracia.
Estamos praticamente, não apenas pela língua, mas por outros aspectos, quase dissociados do mundo, dos Continentes desenvolvidos, a lei geral deveria prever que aos 70 anos, no Executivo, Legislativo, e como já é no Judiciário, a aposentadoria seria compulsória ou a inelegibilidade manifesta, já que se oportunizaria a presença de novos brasileiros, revestidos de cidadania ao encarar os desafios do século da tecnologia.
Ao invés do lema da nossa bandeira, ordem e progresso, vivemos o tema da desordem e do retrocesso, os índices de criminalidade são estonteantes, notadamente nas grandes cidades, a exemplo de São Paulo, não há modernização, planejamento e programas de longo prazo.
A seleção alemã, sem fazer alarde, barulho, ou propaganda, construiu seu alojamento para a Copa, fez doações aos menores carentes e programas sociais, nossos técnicos e jogadores se esbaldaram nos anúncios e aumentaram o volume da conta banco.
São realidades nuas e cruas que aparecem e não podem ser empurradas com a barriga.
Há a impressão que temos medo do novo, de ideias diferentes, que refujam do padrão, da bitola, e da mesmice, os caminhos devem ser sempre aqueles desenhados no passado e seguidos cegamente.
Crasso engano.
Enquanto não prepararmos novas gerações, reformarmos nossa política e concentrarmos esforços para o essencial, deixando de lado o pão e circo, estaremos fadados ao insucesso e milhões de pessoas sairão frustradas.
Foram gastos mais de 20 bilhões na Copa somente nos estádios, e quase 50 vezes mais nas candidaturas dos nossos políticos, boa parte com patrimônio vultoso jamais visitado pelo fisco, assim jogadores e artistas se utilizam de empresas de fachada para recebimento do grosso da remuneração.
Definitivamente, ou o Brasil toma juízo com a renovação de tudo e de todos, ou permaneceremos na contramão da história, ufanando-nos dos próprios delírios de fragilidade e falta de sensibilidade para olhar o desafiador horizonte que a modernização suscita.
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