Dirceu: “estou revoltado e indignado com um crime infame”
"É necessário deter o avanço, não só desses grupos paramilitares como as milícias e essas facções das polícias, como também, da propagação de ideias da volta da ditadura, a exaltação da tortura, a exaltação de que bandido bom é bandido morto", diz o ex-ministro José Dirceu
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Quando se mata uma flor, todo o jardim chora por sua perda. Mas sabe ele que a morte da flor é adubo para outras tantas mais florescerem.
A morte de Marielle Costa e de Anderson não irá barrar a luta da favela que busca igualdade social e justiça para o seu povo. Não fará desistir aqueles que lutam por uma sociedade mais justa e igual entre todos os brasileiros.
A execução de Marielle deve mobilizar todos os líderes políticos brasileiros de esquerda a uma reflexão urgente. Pois o inimigo não está no mesmo campo de disputa. O inimigo está do outro lado da luta. E enfrentar isto é prioridade no momento. Não basta discursos de indignação. O Brasil precisa ver a ação e a unidade para o enfrentamento da luta que se está vivendo em um país golpeado.
Um dos maiores pensadores políticos brasileiros da atualidade, Zé Dirceu se disse indignado com a execução ocorrida ontem contra a vereadora do PSOL do Rio de Janeiro.
"Estou indignado e revoltado com um crime infame, uma execução em plena luz do dia de uma Vereadora, de uma mãe, de uma lutadora, de um exemplo que é Marielle. Que representava o povo da Maré, o povo do Rio de Janeiro. Uma prova que é necessário deter o avanço, não só desses grupos paramilitares como as milícias e essas facções das polícias, como também, da propagação de ideias da volta da ditadura, a exaltação da tortura, a exaltação de que bandido bom é bandido morto. Ideias que criam as condições para o avanço desses grupos, dessas facções."
Dirceu ainda falou ser um equívoco de que antes de reformar as polícias e unificá-las, limpar, ocupar territórios onde o povo vive e trabalha. Para ele, o que estamos assistindo no país são as consequências da quebra da ordem constitucional, do pacto social e político. Levando ao ressurgimento de organizações políticas reacionárias que empregam o uso das forças e da violência.
O ex-ministro lembra que essas organizações como os grupos de extermínio e de facções criminosas, se aproveitam do clima atual existente no Brasil e recebem autorização para fazerem justiçamento em plena via pública do Rio de Janeiro. Acreditando, eles, na impunidade de suas ações.
"É hora de nos unirmos. Todas as forças políticas sociais democráticas em defesa dos direitos humanos." Disse Dirceu em áudio. Ele também ressaltou a importância de Marielle, que era uma lutadora dos direitos humanos, do povo do Rio de Janeiro.
Dirceu ainda convoca a todos e diz que, é hora de nós tomarmos consciência da gravidade da situação que estamos vivendo, não só no Rio de Janeiro, mas por todo o país e buscarmos que o povo se reencontre consigo mesmo nas urnas em 2018. Que o Brasil volte a ter um governo constitucional, legal, voltado para o povo, e não de costas para o povo. Portanto, nossa solidariedade a família de Marielle e a seus companheiros e companheiras do PSOL, ao povo da Maré".
Zé Dirceu terminou o áudio afirmando seu compromisso de "luta e de combate" contra toda a forma de injustiça que é praticada no Brasil e no mundo.
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