Dino e Pimenta conhecem as tocas dos golpistas escondidos

'Criminosos escondidos são manjados, crimes cometidos foram provados', escreve o colunista Moisés Mendes. 'Falta enquadrar quem não estava em Brasília'

Paulo Pimenta (à esq.) e Flávio Dino
Paulo Pimenta (à esq.) e Flávio Dino (Foto: Divulgação)


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Os ministros Flávio Dino e Paulo Pimenta se dirigem aos golpistas ainda impunes com o mesmo tom e a mesma imagem, para definir o lugar em que os fascistas se encontram nas atuais circunstâncias.

Dino e Pimenta disseram no mesmo dia, na semana passada, que as instituições e a CPMI do Golpe irão iluminar sombras e esconderijos dos que continuam escondidos e escapando.

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Os esconderijos são conhecidos, os criminosos escondidos são manjados, os crimes cometidos já foram provados. 

Falta chegar a civis e militares que ainda não foram alcançados pelo esforço de contenção das ações coordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes.

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Ainda falta saber o que o Ministério Público reuniu de provas e indícios, principalmente dos que lideraram e financiaram o bloqueio de estradas, os acampamentos e a invasão de Brasília.

Falta chegar além dos caminhoneiros patriotas de chinelo de dedo e dos acampados em transe que tentavam conversar com marcianos. 

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Falta enquadrar quem não estava em Brasília, para que os agora transformados em réus não sejam apenas os que tentaram se proteger ao lado do QG do Exército. E os outros? Os outros são a maioria ainda escondida.

Falta iluminar as sombras em que se escondem os que, como diz Flávio Dino, não têm coragem nem mesmo para prestar solidariedade aos presos na Papuda.

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As sombras são frondosas para os que, desde muito antes do 8 de janeiro, desde a articulação do gabinete do ódio, escondem-se da Justiça, mesmo que estejam sendo investigados.

Buscam sombras até perto do governo os que, depois de fazer discurso golpista em churrascarias de beira de estrada, tentam se aproximar do poder e pedir trégua.

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É preciso muito holofote para que os escondidos não continuem sendo apenas cercados. É preciso tirar idealizadores, planejadores e financiadores dos seus esconderijos. 

Muitos deles são milionários que Alexandre de Moraes já identificou e determinou que ficassem quietos, antes da eleição.

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É gente com habeas corpus econômico. Extremistas de grife mandam avisos sobre os ‘riscos sociais’ representados por suas eventuais prisões.

E apostam de novo que no fim todos ficarão impunes. Consideram-se protegidos pelo poder do dinheiro. 

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Assim como os militares se acham inalcançáveis porque usam fardas, incluindo os de pijama.  

Dino enxerga os golpistas escondidos um dia na cadeia, o que hoje parece pouco provável para quem já não espera tanta reparação. 

Mas de fato não bastará, para alguns deles, que sejam indiciados, tornados réus e condenados. Terão de ser enjaulados.

“Alguns destes permanecerão muitos anos no cárcere”, disse o ministro da Justiça nas redes sociais. Na CPI do Genocídio, diziam o mesmo. 

Metade do Brasil foi contagiada pelo otimismo dos senadores Omar Aziz, Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues, Humberto Costa, Fabiano Contarato. Ninguém foi preso até hoje, nem ao menos indiciado.

Golpistas com dinheiro, que ocuparam a partir de 2018 e ainda ocupam posições estratégicas em suas cidades, nem sempre são vistos longe das luzes de Brasília.

Mas continuam operando, rearticulando bases regionais para as eleições municipais e aguardando o momento para dar o bote de novo.

É uma realidade incômoda. Um dos piores sentimentos na luta em defesa da democracia é o de que não há avanços. 

Há escaramuças, há polvadeira e até algumas baixas entre o inimigo. Há vitória em algumas batalhas.

Mas a sensação destruidora para os que lutam é a mesma que tirava forças dos soldados na Primeira Guerra. É a de estar no mesmo lugar.

Eles transformavam buracos cavados na terra úmida em moradia, porque não conseguiam sair dali e avançar em direção ao inimigo.

Na eleição do ano passado, as trincheiras abertas contra o golpe conseguiram fragilizar o fascismo. 

Mas pode ser pouco, se não houver, depois das baixas entre eles, a conquista de terreno.

A CPI do Golpe pode fortalecer o sistema de Justiça, para que todos sigam em frente, como pode afundar na armadilha do lamaçal armado pela extrema direita.

Os democratas não podem se contentar em morar dentro das trincheiras. 

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