Dilma, Renan Filho e o pacto de governabilidade
O que ele declarar pode ser compreendido como um recado do seu pai. Como também pode ser entendido que pai e filho estariam em rota de colisão, caso os pontos de vista sejam contrários sobre um determinado tema
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Sofrendo uma intensa pressão política por parte do Congresso Nacional, a presidente Dilma está convidando todos os governadores para uma reunião, na próxima semana, com o objetivo de criar "um pacto pela governabilidade".
Acredita-se que a presidente pedirá ajuda aos governadores para que orientem e mobilizem os deputados e senadores a aprovar a reforma do ICMS e, claro, outros projetos de interesse governamental. Mas, certamente, o que ela mais deseja é construir uma situação para que possa contar com o apoio político dos governadores em suas áreas de influência.
É uma forma de se contrapor, principalmente, ao oposicionista Eduardo Cunha, presidente da Câmara.
Alguns governadores já se posicionaram sobre essa reunião. O de Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), disse estar solidário "à presidente Dilma porque o país e os estados e os municípios estão sendo penalizados com o clima de terror instalado no Brasil". Luiz Pezão, do Rio, também do PMDB, declarou que a crise "põe divergências de lado".
O de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), foi duro ao criticar o comportamento do Congresso Nacional: "o que o Congresso brasileiro está fazendo com a sociedade é um estupro", afirmou, reclamando e acusando Câmara e o Senado de "insensibilidade ao aprovar leis para piorar mais o cenário".
Há cerca de uma semana os governadores do Nordeste publicaram uma carta em defesa de Dilma, contra o impeachment e em respeito à Constituição. Essa carta foi assinada por todos os 9 governadores da Região.
Sobre o encontro em Brasília, o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), vai participar, embora o seu pai e presidente do Senado, Renan Calheiros, venha criticando duramente as propostas de ajuste econômico e da atuação política do governo Dilma.
Renan Filho vem evitando tornar público o seu ponto de vista sobre o quadro político e econômico e o impacto dessas medidas nas finanças públicas do estado que administra e nas obras financiadas pelo governo federal.
Além do mais, o governador sabe que tudo o que disser sobre o seu ponto de vista pode ser interpretado de várias formas, para o bem ou para o mal. O que ele declarar pode ser compreendido como um recado do seu pai. Como também pode ser entendido que pai e filho estariam em rota de colisão, caso os pontos de vista sejam contrários sobre um determinado tema.
Ou seja, o cargo de governador e o parentesco impedem que Renan Filho tenha luz própria, opinião externada sobre certas questões, pelo menos na conjuntura deste momento. Ele tem evitado tratar sobre a questão com a imprensa local e nacional, embora os pedidos sejam muitos.
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