Dilma, o show dos idiotas e a pronúncia da má fé
Neste fatídico dia 29 de agosto vimos acontecer o que o filósofo inglês Bertrand Russell profeticamente configurou ao afirmar que "o problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, e as pessoas idiotas estão cheias de certezas..."
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Querida amiga Eronilce Machado, Florianópolis, SC
Agradeço sua confiança neste blogueiro ao contar-me de seu mal estar com os "julgadores" de Sócrates no Senado Federal. A amiga tem toda a razão ao indignar-se com homens e mulheres de mau caráter, falha que atribui às origens familiares daqueles abutres. O seu comentário está aqui para as pessoas interessadas. Muito obrigado por sua revolta e indignação!
Hoje cedo me dirigi a um vizinho gaúcho aqui em Goiânia para comprar erva de chimarrão. À frente de sua casa um grupo de jovens trabalhadores "debatia" política, mas o "conteúdo" transversal era o despejado pela mídia sem moral, idiota e de má fé. Quem comandava a conversa era o filho de meu vizinho comerciante de erva de quem solicitei o favor de providenciar o produto. Quando retornou pedi desculpas por interromper o debate e por dispersar o grupo, indo cada um para o seu trabalho ou para sua residência. Ouvi dele a coisa mais cínica do cinismo que pulula pela mente de nosso povo manipulado. Na forma popular da fala goiana me respondeu: "tem nada, não. Nóis fala de política, mais não fazemos nada para mudar, não".
Esse cinismo avassalador e apodrecido não nasce nas famílias somente, todas sitiadas pela putrefação dominante.
No Senado, no julgamento da Presidenta Dilma, vimos a demonstração escancarada de onde vem a má fé que toma conta das mentes e dos corações de nossa sociedade.
Neste fatídico dia 29 de agosto vimos acontecer o que o filósofo inglês Bertrand Russell profeticamente configurou ao afirmar que "o problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, e as pessoas idiotas estão cheias de certezas...".
A farsa do tribunal arranjado pelo golpismo mostra os idiotas em plena consagração da má fé idiota.
A má fé é a centralização ideológica no mal, que funciona na alma e nos sentidos dos agentes que o praticam.
O mal assim feito torna as pessoas insensíveis, de inteligência rasa, antissociais e desumanas.
É esse o caso do machismo, por exemplo. Um machista é incapaz de entender a mulher como ser inteligente, emancipado, autônomo e independente dos homens. Tudo o que as mulheres disserem a um machista será inútil para sua compreensão.
E assim é com os de má fé em todos os setores. O que se viu no Senado diante da desconstrução da tese absurda do golpe através do impeachment foi o espetáculo da má fé. Os agentes participam do tribunal espúrio não para entender, para analisar e para movimentar suas consciências em direção do senso de justiça e da verdade, como valores absolutos e dominantes nas pessoas honradas e éticas.
Russell escreveu sobre os idiotas, definindo-os como problemas para o mundo porque são cheios de certezas falas, ao contrario dos inteligentes que se movem entre milhões de dúvidas.
O conceito de idiota é interessante e ajuda a entender o que se passa com os agentes do golpe.
Aqui não me movo por nenhum interesse pessoal de ofender as pessoas por causa de suas idiotices, mas por de entender o que é idiotice e por que são idiotas.
Esse conceito foi criado por dois psicólogos da Universidade de Cornell, Justin Kruger e David Dunning, dos Estados Unidos. Consiste nos indivíduos de distúrbio cognitivo (da capacidade de conhecer) que ignoram os limites da ignorância, autossuficiência essa não existente nas pessoas inteligentes, curiosas, questionadoras e inquietas com o mundo dado.
A idiotice elabora postura inadequada e falsa nas pessoas, fazendo-as incompetentes com a verdade sobre a realidade. Baseiam-se em definições elaboradas que substitui a verdade e o próprio mundo, afiançando-se de uma coisa qualquer que parece conhecimento. Geralmente sua base é a vulgaridade ululante, que lhes serve como espuma satisfatória sobre a qual baseiam discursos e posturas, nada conferentes com a verdade e com a justeza das coisas.
Daí os seus discursos e atitudes serem puro oportunismo e fisiologismo de ocasião.
Todas as pessoas inteligentes, as que educam, as dirigentes de instituições financeiras, empresariais, as parlamentares sensatas, governantes etc sabem da enorme crise atual do capitalismo internacional. Esse fato foi amplamente debatido pela Presidenta Dilma durante o circo armado no Senado para o julgamento do impeachment. Mas os idiotas que se acham ilhas de donos do mundo, sempre vivendo à custa do trabalho alheio, nada sabem e não aceitam as análises, principalmente se partirem dos inteligentes e não arrogantes idiotas diante da realidade.
Estarreci-me com a má fé de senadores e de senadoras que deram entrevistas à TV Senado ao saírem ao saguão depois ouvirem exaustivamente a Presidenta comprovar que a tesse das tais pedaladas são mentirosas e golpistas, plenamente comportados pela idiotice imperante. Fizeram bocas e caretas irônicas para dizer que a Presidenta culpou a crise internacional e a queda dos preços das commodities (petróleo, aço, soja, carne etc) para se defender, não respondendo suas perguntas idiotas. São verdadeiros atores idiotas de má qualidade.
Essa é uma das características da idiotice dos agentes da má fé: não reconhecer no outro suas explicações. Tal acontece exatamente porque o outro não existe para os idiotas de má fé. Portanto, se algum sinal existir do outro é preciso destruir, ainda que sob espetáculo de idiotices, como se vê no Senado Federal ao julgar a Presidenta Dilma
Esse modo de ser dos idiotas de má fé tem raízes profundas na configuração de sua antropologia de classe. A anulação do outro como causa de enriquecimento caracterizado pela concentração de renda, de terras, de minérios e de capital vem de três fontes: do trafego de escravos, quando os comerciantes jogaram seres humanos nos fundos dos navios negreiros, transportando-os como mercadorias. Os cascos em forma de caixões flutuantes eram depósitos imundos onde adoeciam e morriam seres humanos, cujos lucros enriqueceram muitos dos de má fé e má vontade que atentam contra a democracia hoje no Brasil, que raivosos discursaram no circo armado em Brasília. Outra fonte foram as maneiras como trataram as pessoas escravizadas no Brasil, esvaziando-as de suas culturas e de sua humanidade, submetendo-as à condição de animais de tração, ao regime do chicote e do tronco. A insensibilidade para com o outro é a marca dos machistas misóginos, ricos e fundamentalistas que discursaram no show, desqualificando a mulher Presidenta e suas políticas sociais. E a última fonte de onde os idiotas senadores e senadoras, defensores das manipulações da mídia, é a que remonta suas condições de classe emburrecida ao roubo de terras e de minérios do nosso subsolo brasileiro, desde o início da colonização associados espúrios com bandidos internacionais.
A marcha das senadoras e dos senadores que foram à tribuna ou que falaram de seus lugares é o desfile dos insensatos e inimigos do Brasil e da democracia, a começar pela funcionária da RBS, afiliada da Globo no RS e pelo o outro senador despido não somente de cobertura capilar, mas de neurônios capazes de fazer seu cérebro funcionar. O filhote da ditadura é mesquinho e traidor do partido fundado por Leonel Brizola, que já virou antro de idiotas e atores da má fé, como é o caso de Goiás, onde integra a base do governador altamente questionado por sua falta de ética.
O mal que os agentes da má fé em suas práticas idiotas causam ao Brasil e à sociedade produz posturas como as que descrevi acima sobre o grupo "debatedor" à frente da casa de meu amigo comerciante de erva.
São pessoas boas, sem dúvidas, mas idiotizadas pela mídia e pelos idiotas que mentem e atuam às sobras, envenenando toda a sociedade.
Idiotizadas, as pessoas se tornam cínicas consigo mesmas e com os outros, como afirmou o rapaz que disse só discutem política, mas não fazer nada para mudar o mundo.
As pessoas se encontram amarradas a partir do mal do discurso denuncista vazio, idiotizadas e incapacitadas de agir com precisão e rigor.
A grande questão é o que fazer com esses parasitas idiotas.
O risco de se levantarem grupos armados, com pessoas que perdem a paciência e a esperança, dispostas a tudo para eliminar essa casta idiotizante, é enorme, como o fez o padre Camilo de Oliveira Torres ao sublevar-se em armas contra os opressores da Colômbia. Os agentes da idiotice ameaçam a paz social e provocam a ira popular.
Não por outra razão que os cristãos primitivos perderam o encanto com a violência e as mentiras do império romano. Numa linguagem simbólica, mas forte e impaciente, os Evangelhos introduziram em sua literatura a apocalítica do Velho Testamento. Pregaram o fim daquele mundo de exploradores, desejando que fossem jogados no fundo das labaredas eternas do inferno.
O cristianismo primitivo não passou as mãos sobre as cabeças dos facínoras do seu tempo. Ao vê-los arder no inferno metafórico e sofrer com seu calor insuportável o Evangelho sugere que o clamor do rico que maltratou Lázaro à exaustão da humilhação e da fome não seja ouvido, mas que seja consumido pelo mal de sua má fé na relação com o pobre e miserável, obrigado a comer as migalhas que caiam de sua mesa farta.
Penso, minha amiga, que tentam nos provocar desejos e ações para resolver o mal que os idiotas e os de má fé tentam fazer ao Brasil e à democracia com o golpe que engendram.
Basta das certezas dos idiotas e das atitudes desumanas de sua má fé.
Viva a luta do MTST no Brasil! Fora, Temer!
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