Dilma, condenada antes do julgamento final

Assim como Jesus Cristo foi traído por um de seus apóstolos, ela também teve direito ao seu Judas. Temer, o vice decorativo que chorou as pitangas em carta igualmente decorativa, foi o primeiro e principal gestor da crise política brasileira

Assim como Jesus Cristo foi traído por um de seus apóstolos, ela também teve direito ao seu Judas. Temer, o vice decorativo que chorou as pitangas em carta igualmente decorativa, foi o primeiro e principal gestor da crise política brasileira
Assim como Jesus Cristo foi traído por um de seus apóstolos, ela também teve direito ao seu Judas. Temer, o vice decorativo que chorou as pitangas em carta igualmente decorativa, foi o primeiro e principal gestor da crise política brasileira (Foto: Ricardo Fonseca)


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A mídia continua explorando até a última gota de sangue esse malfadado processo ilegal de Impeachment da Presidente afastada Dilma Rousseff.  Através dos acontecimentos dos últimos meses, todos, mesmo sem bola de cristal, já sabem qual será o desfecho final no dia 25 desse mês: ela será definitivamente afastada pelo visto.  E o pior, sem crime nem nada, apenas por ter cometido erros aceitáveis em sua segunda gestão, que agravou a crise política brasileira.

Há quem afirme nos quatros cantos desse País que Dilma perderá o mandato em definitivo por conta da operação Lava Jato. Ledo engano, ela nada tem a ver com isso, como também não foi citada em nenhuma delação premiada. Mas para a mídia, como para os grandes grupos econômicos, o crime de Dilma foi ter priorizado as classes mais pobres desse País.

Assim como na Santa Inquisição da idade média, onde foi formado um tribunal para condenar todos aqueles que eram contra os dogmas da igreja, nos dias atuais, em plena Idade Mídia, foi criado um tribunal semelhante, só que para condenar os atos de petistas, desde que ela assumiu o segundo mandato, com a única finalidade de cassá-la.

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Jogaram o seu governo na fogueira das capas de revistas e jornais, distorcendo fatos e criando polêmicas.  Queimaram-na em editoriais e matérias nos principais jornalísticos em rádios e TVs nacionais. Por fim, condenaram-na à execração pública através de linchamentos morais, sem de fato existir qualquer prova ou embasamento jurídico para isso. Tudo milimetricamente arquitetado e muito bem pago para o espetáculo de sua cassação.

Dilma pagou o preço alto pela sua transigência e pelo diálogo com os partidos. E assim como Jesus Cristo foi traído por um de seus apóstolos, ela também teve direito ao seu Judas. Temer, o vice decorativo que chorou as pitangas em carta igualmente decorativa, foi o primeiro e principal gestor da crise política brasileira. Todavia, ao invés de trabalhar a favor, conspirava implacavelmente contra para por fim assumir a sua cadeira.

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Em negociações com os partidos, ele (decorativo) recebia as demandas e não as repassava a ela (governante). Resultado: criou-se uma insatisfação geral e irrestrita no Congresso, todos a mando do chantageador-oficial Eduardo Cunha, queriam a cabeça de Dilma. Em ato contínuo, ela também desagradou o alto clero dos tribunais de Justiça, segurando o tão solicitado aumento de salários, dados após o seu afastamento, pela dupla Cunha-Temer.

O áudio vazado do presidente do Senado, Renan Calheiros, com o ex-presidente da Transpetro  Sérgio Machado, evidencia claramente a preocupação da classe política (de oposição), quando Machado diz: “E tá todo mundo sentindo um aperto nos ombros. Está todo mundo sentindo um aperto nos ombros.” Renan completa: “E tudo com medo.”

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Sim, a cassação de Dilma tem três pilares importantes, mas nenhum deles está relacionado no documento mal redigido por Hélio Bicudo, Janaína Pascoal e Miguel Reale Júnior. O primeiro é a salvação das negociatas Cunha-Temer, o segundo a salvação dos cardeais do PSDB, PMDB, PP, Solidariedade... e DEM. O terceiro é a paralização e extinção das operações Lava Jato e Zelotes, sem criminalizar todo e qualquer opositor ao governo Dilma.

Assim como Judas ganhou 30 moedas pela vida de Jesus, dizem que os deputados federais e senadores que votaram a favor do impeachment, também ganharam alguma coisa, algo muito mais do que isso, para votarem contra Dilma, em todas as encenações e ritos desse impeachment ilegal. A proposito fica parecendo, que o próprio STF teria criado todo esse rito em comum acordo com a Câmara e Senado, para que não restassem dúvidas ou falhas, no comprometimento do seu êxito.

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Não é à toa que o governo da desordem e do regresso já possuí um déficit de 169 bilhões ( quando assumiu interinamente era de 90 bilhões) e ainda faltam 4,5 meses para o ano terminar. Na verdade o previsto para o ano todo era de 170 bilhões. Temer precisa explicar e muito para a sociedade, onde, como e por que gastou tanto dinheiro em tão pouco tempo?

A maioria dos congressistas está empenhada e sobretudo muito interessada, diga-se de passagem,  na permanência do governo interório (shipagem do interino com provisório) e golpista. Alguma dúvida? A coisa é tão acintosa, que ninguém se quer disfarça o direcionamento da “ópera do golpe.” A banda inteira toca nota por nota da velha macha fúnebre, sem cadáver e sem caixão, premeditando a morte política de Dilma, antes mesmo do julgamento final. Outro grande engano, a cada vexame midiático e jogadas ensaiadas, os detratores da presidenta fortalecem mais e mais a candidatura do ex - presidente Lula para as próximas eleições em 2018. Tudo isso em nome da boa, velha e esquecida democracia.  

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Claro que isso só será possível, se o Brasil conseguir chegar até lá sem virar província dos EUA, que comprará desde a Petrobrás, passando por outras estatais, até chegar na velha mansão de Temer no Morumbi em São Paulo. À parte isso, teremos, sim, a volta por cima do maior presidente da história desse País. Lula voltará com força total (para desespero da oposição) para por de novo o País nos trilhos. Porém até lá, viveremos o inferno e comeremos  o pão que o diabo amassou, através dos desserviços desse governo cujo a missão é o desmantelo do estado e sua privatização. Os programas sociais e os direitos trabalhistas vão acabar, vamos por algum tempo voltar à escravidão. Podem preparar os quilombos, vão delapidar o patrimônio público e destruir todas as conquistas da previdência.

E Dilma? Ela não irá morrer politicamente nunca, porque será sempre lembrada como a mulher que foi condenada sumariamente sem crime, por um tribunal sujo, implacável e cruel.

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Lembrem-se Senadores apoiadores desse golpe, os mandatos tem prazo de validade e quando terminar os seus, não se elegerão nem a pais ou mães, avôs ou avós do ano nas escolas de seus filhos ou netos. Quem pagará o preço dessa epopeia de Dilma serão os seus descendentes, que sofrerão as agruras de um País repleto de justiceiros do mal.

Pobre Dilma, condenada antes do julgamento final. Mas ao contrário do que pensam os seus opositores, não terá o mesmo fim de Joana D’arc , não queimará na fogueira. E nem o legado dos seus mais de 54 milhões de eleitores terá sido em vão. O povo não assistirá passivo e complacente, a mais um episódio ridículo e cruel da história política brasileira. Haverá novamente a saga dos plebeus contra a nobreza brasileira. Quem sabe até teremos um novo tratado de Tordesilhas e a federalização de fato dos estados. Quem viver verá!

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