Dia do orgulho heterossexual: um tema carnavalesco

Alguns consideram a proposta do “seu” Eduardo uma palhaçada, outros a julgam produto de homossexuais enrustidos, como o “seu” Bolsonaro, o “seu” Marco Feliciano, o “seu” Silas Malafaia etc

Alguns consideram a proposta do “seu” Eduardo uma palhaçada, outros a julgam produto de homossexuais enrustidos, como o “seu” Bolsonaro, o “seu” Marco Feliciano, o “seu” Silas Malafaia etc
Alguns consideram a proposta do “seu” Eduardo uma palhaçada, outros a julgam produto de homossexuais enrustidos, como o “seu” Bolsonaro, o “seu” Marco Feliciano, o “seu” Silas Malafaia etc (Foto: Dom Orvandil)


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Creio que tema bom para tratar nesse período de carnaval é a "grande" preocupação do "seu" Eduardo Consentino da Cunha, atual presidente da Câmara dos Deputados.

Alguns consideram a proposta do "seu" Eduardo, a de propor um dia nacional para a comemoração do orgulho heterossexual, uma palhaçada, outros a julgam produto de homossexuais enrustidos, como o "seu" Bolsonaro, o "seu" Marco Feliciano, o "seu" Silas Malafaia etc.

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Não caminharei por esses caminhos. Não posso ofender os palhaços que fazem tantas alegrias sadias e sem preconceitos. Nem agredir a ciência psicanalítica, que só define quando uma pessoa é o contrário do que afirma com tanta raiva depois de levantamentos psicológicos com fins terapêuticos. Eu não cairia na vulgaridade de dizer que esses senhores que brigam feio com os homossexuais o fazem porque também o são inconscientemente.

Afirmar que o "seu" Eduardo Cunha posiciona-se contra os gays, contra a liberação legalizada do aborto e contra o casamento de pessoas do mesmo sexo é pura palhaçada ou enrustimento crônico é não analisar as verdadeiras causas de sua obtusidade. Penso que a causa de suas reações são mais profundas e mais inteligíveis.

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Uma das causas é que o "seu" Eduardo é evangélico. Atenção, não sou preconceituoso com essa afirmação, mas sou conceituoso.

O evangélico do "seu" Eduardo tem raiz e seguimento reconhecidamente marcante em nosso País. Enquanto evangélicos de outras linhas contrárias a da tradição do "seu" Eduardo se preocupam e se ocupam com as vidas humanas dos homossexuais, muitos perseguidos, desrespeitados, presos, torturados e mortos graças ao alto nível de discriminação, a corrente por ele esposada se aferra muito mais a uma moral de cuecas e de fachada do que com as pessoas.

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Explico. Os evangélicos dessa linha de atuação gastam tempo e dinheiro preparando pessoas para ganhar dinheiro com o objetivo de sustentar as poderosas máquinas ricas de suas igrejas. Essas, por sua vez, caíram na vala comum neoliberal à qual o Brasil foi empurrado por Collor e Fernando Henrique Cardoso. Tanto que outrora igrejas evangélicas sérias se deram conta de que enviar missionários para defender os direitos dos indígenas, dos pequenos agricultores, dos pobres e injustiçados não dá dinheiro nem "converte" muita gente. Daí elas também adeririam a essa onda do sucesso, na mesma ótica do "seu" Eduardo Cunha.

Como parte do ciclo vicioso os novos "convertidos" têm ser cheirozinhos, ter "boas" aparências. Aí não cabem os gays e homossexuais, de quem esses "santos" têm vergonha.

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A corrente que mobiliza o "seu" Eduardo Cunha, presidente golpista da Câmara dos Deputados, tem raiz sustentada no farisaísmo dos tempos de Jesus, sempre preocupado com o cumprimento de regras, de leis e com o agrado aos opressores. Por isso ajudaram a eliminar Jesus que lhes causava tantos constrangimentos por se envolver com essa "gente" como prostitutas, gays, leprosos, publicanos e todos os lascados e ainda dizia que deles é o Reino de Deus.

A prioridade dessa corrente que alimenta a miopia ideológica do "seu" Eduardo é a de apoiar o que há de mais conservador e predatório ao Estado e aos interesses dos direitos humanos no Brasil. Pessoas como ele, de passado questionável de envolvimento com negociatas com Paulo César Farias, o tesoureiro de Fernando Collor, e iminência parda do poder com alta maquinação corrupta, nunca serão espontânea e moralmente favoráveis ao povo. Seus votos emergem da pior escória social. Seus compromissos são com a escumalha, evidentemente.

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A ideia fixa com projeto de lei que cria o "dia nacional do orgulho heterossexual", portanto, é parte da prioridade dos fariseus que não enxergam o povo, a necessidade de avançar nas reformas que o ajudem a crescer na dignidade de vida. Pelo contrário, a preocupação com a justiça social na forma de defesa dos direitos dos agredidos pelo moralismo dos que se apegam às aparências de caráter cínico não é coisa para visões obtusas e mesquinhas como as que representa o "seu" Eduardo.

Resta perguntar como pode uma pessoa como essa chegar ao um dos mais altos poderes da República e travá-lo no que seja mais justo e laico em favor da nação e do povo?

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O "seu" Eduardo é produto dele mesmo, da miopia de quem gira em torno do próprio umbigo, do seu grupo corrupto e falsamente santo e dos erros das estratégias políticas do governo Dilma.

O que resta agora é esse governo convencer-se de que a fonte do poder é efetivamente o povo, a classe trabalhadora, os educadores, os mais variados seguimentos profissionais e classistas, o empresariado nacional, além dos prefeitos, vereadores, governadores e deputados estaduais. Há que se aproximar de todos para jogar a escória no seu verdadeiro lugar e avançar no que é realmente essencial e prioritário.

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