Dia de defesa da democracia teve decreto-provocação de Bolsonaro e o seu ministro da Defesa
"A medida em nada modifica a formação ordeira e pacífica de uma frente que reafirmou os princípios democráticos e o estado de direito sempre", diz Denise Assis
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Por Denise Assis, para o 247
O texto acima é uma rotina a cada pleito. Nada de novo no front. Obedece a uma formalidade necessária para a atuação das Forças Armadas naquilo que ela faz em todas as eleições: garantem a tranquilidade e a ordem durante as votações e fazem chegar aos lugares praticamente inacessíveis, como os rincões do Amazonas, as urnas e o material necessário na eleição.
A data escolhida, no entanto, traz embutida uma notória provocação. Num dia em que estava prevista a leitura da Carta às Brasileiras e Brasileiros – o que de fato aconteceu, com presença massiva de populares -, Bolsonaro e o seu (unha e carne) ministro da Defesa, acharam de emitir o documento, como se para demarcar território e posição.
A medida, em nada modifica a formação ordeira e pacífica de uma frente que reafirmou os princípios democráticos e o estado de direito sempre, mas acresce ao cardápio de exigências e questionamentos estapafúrdios do ministro, mais uma medida, como se a espreitar a democracia e o rumo que toma.
Depois de todos os discursos e promessa de defesa do sistema democrático que ouviu ontem, Bolsonaro e o seu (unha e carne) ministro, deveriam ficar convencidos de que não há espaço ou ambiente plausível para arroubos autoritários e muito menos interferência em um processo em que não está prevista a participação dos militares.
Lhes resta assumir a postura do moleque que provocou o grandão do fim da rua, foi para casa e, da janela, faz gestos de socos e chama para uma briga que eles sabem, não irá se realizar. Há uma sociedade em vigília.
Bolsonaro e Paulo Sérgio – seu aliado nos delírios autoritários – não vão conseguir aliciar, a esta altura, a Fiesp, a Febraban, as centrais sindicais, a UNE, e mais uma centena de entidades que, no mesmo dia em que eles emitiram o pálido e rotineiro decreto, cerraram fileiras em defesa da democracia. A disputa é no voto.
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