Dez dias que vão abalar o Brasil
O jornalista e colunista Alex Solnik prevê turbulências para o período em que a presidente do STF, Cármen Lúcia, assumirá a Presidência da República; no STF, em seu lugar assume o vice, Dias Toffoli, que deve sofrer pressões, de um lado e de outro, para colocar em votação ou não a ADC que poderá restabelecer a presunção de inocência e libertar o ex-presidente Lula; "Ele vai viver o dilema de Hamlet: ou coloca a questão em votação, o que será uma punhalada nas costas de Cármen Lúcia, mas fará bem ao Brasil ou se faz de vice decorativo e engaveta a ADC, o que fará bem a Cármen Lúcia, mas será mais uma punhalada na democracia brasileira", diz Solnik
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Entre 6 e 16 de maio, durante viagem de Temer a Tailândia, Singapura e Vietnã, quando a presidente da STF, Cármen Lúcia assumir a presidência da República vamos assistir a dois eventos importantes.
O primeiro é o evento das autoridades que fogem explicitamente do seu dever constitucional. Temer deveria ser substituído, diz a constituição, pelo primeiro na linha sucessória, que é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Mas ele arrumou algum pretexto para passar essa temporada fora do Brasil, às custas dos brasileiros, é claro.
Vai fazer isso porque, se assumir, não poderá concorrer a nada em outubro. Como a lei permite que ele não assuma se estiver em viagem ao exterior, Maia arranjou uma viagem para servir de pretexto e esconder o real motivo: não vai assumir para poder concorrer em outubro a presidente da República, ao menos é o que ele imagina hoje.
O segundo na linha de sucessão, o presidente do Senado, Eunício Oliveira vai usar o mesmo expediente para justificar seu impedimento. The show must go on. E os brasileiros vão pagar mais essa farra parlamentar.
A bomba estourou na mão da Cármen Lúcia, presidente do STF. Não dá para acumular os cargos. No STF, em seu lugar assume o vice, Dias Toffoli, o que pode dar curto circuito, porque eles não seguem a mesma cartilha.
Não é difícil adivinhar que nesse período Tofolli vai sofrer enormes pressões, de um lado e de outro, para colocar em votação ou não a ADC que poderá restabelecer a vigência do artigo 5º, sustada pelo STF desde 2016, em consequência de um apertado placar de 6 a 5.
Ele vai viver o dilema de Hamlet: ou coloca a questão em votação, o que será uma punhalada nas costas de Cármen Lúcia, mas fará bem ao Brasil ou se faz de vice decorativo e engaveta a ADC, o que fará bem a Cármen Lúcia, mas será mais uma punhalada na democracia brasileira.
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