Devia estar fora do governo, mas Salles dá as cartas

"No Brasil, ele [Ricardo Salles]não só está livre, leve e solto, como continua dando as cartas, fazendo o jogo dos madeireiros, do lado podre do agronegócio, dos garimpeiros e grileiros dos mais diversos matizes", escreve o jornalista Gilvandro Filho

Ricardo Salles
Ricardo Salles (Foto: Lula Marques)


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Por Gilvandro Filho, para o Jornalistas pela Democracia - Em que qualquer país do mundo onde se trate a questão ambiental com um mínimo de respeito, uma figura como o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não seria sequer cogitada para ocupar o cargo. No Brasil, ele não só está livre, leve e solto, como continua dando as cartas, fazendo o jogo dos madeireiros, do lado podre do agronegócio, dos garimpeiros e grileiros dos mais diversos matizes.

Os números do desmatamento e da destruição da Natureza, divulgados pelo Inpe (Instituto de Pesquisas Especiais), do próprio governo (Ministério de Ciência e Tecnologia), depõem indelevelmente contra a nefasta criatura. Somente no mês de julho, a área desmatada da floresta amazônica chegou ao impactante patamar de 1,5 mil km², um acrescimento de 33% em apenas um ano.

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A expectativa de gente que pensa a questão com um tantinho que seja de responsabilidade é de que teremos, este ano, na Amazônia, o maior desmatamento em mais de uma década. Para entidades de credibilidade como o Observatório do Clima, a situação está fora de controle. E está, mesmo com a cena inacreditável transmitida nesta sexta-feira, pela TV, com o vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, jurando que os números mostram redução do desmatamento.

Auxiliar dileto de Jair Bolsonaro, o ministro do Meio Ambiente compõe o grupo mais radical e ideológico do governo, na linha do “chanceler” Ernesto Araújo, da ministra Damares Alves e, mais recentemente do ministro da Justiça, Mendonça, desde que este escancarou sua posição ao por a pasta para defender delinquentes produtores de fake news.

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Ao se falar no boquirroto Salles, é sempre saudável lembrar, da tristemente inolvidável reunião ministerial do dia 22 de maio – a que apressou a saída de outra vestal do ódio que havia no governo, Abraham Weintraub, então ministro da Educação, o que queria por na cadeia “os vagabundos do STF”.  Na ocasião, Salles nem corou ao sugerir que se aproveitasse a mídia “ocupada com a pandemia” para “fazer passar a boiada” de medidas legalmente questionáveis de agressão ao meio ambiente.

Salles sugeriu um crime. Não foi preso. Ganhou força, pelo contrário.

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