Destruir Moro é a primeira missão do novo chefe da PF
"É óbvio que Ramagem envidará todos os esforços e utilizará todos os meios para incriminar Moro e apagar todas as provas contra o pai de seu amigão, coisa que não será difícil para ele com a experiência que adquiriu chefiando a Agência Brasileira de Inteligência", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Se Moro tivesse barbas, deveria colocá-las de molho depois da nomeação de Alexandre Ramagem para a chefia da Polícia Federal. Apesar dos enfrentamentos que deverá ter internamente com outros delegados, pois furou a fila ao assumir o cargo, geralmente entregue a quem tem uma boa quilometragem qualitativa na PF e estará sob holofotes da imprensa e até de comandados eventualmente insatisfeitos com sua ascensão, ele sempre terá também seus paus mandados e terá margem para dar o direcionamento que quiser a inquéritos novos ou antigos, ou melhor, o direcionamento que o ainda presidente Jair Bolsonaro – pai do seu amigão Carlos - quiser.
A primeira investigação sob a nova direção será essa que ora rola no STF, a pedido do PGR Augusto Aras, já autorizada pelo ministro Celso de Mello, acerca de prováveis crimes que tenham sido cometidos tanto pelo ainda presidente Jair quanto pelo ex-ministro Moro, a partir de acusações do ex-juiz no discurso de despedido do ministério da Justiça.
É óbvio que Ramagem envidará todos os esforços e utilizará todos os meios para incriminar Moro e apagar todas as provas contra o pai de seu amigão, coisa que não será difícil para ele com a experiência que adquiriu chefiando a Agência Brasileira de Inteligência.
Aliados e família Bolsonaro devem estar abrindo champanhes. Depois de tirar Moro da frente, ele finalmente conseguiu indicar alguém da sua copa e cozinha para decidir o destino de investigações cruciais, como a que envolve Carlos, o filho 02 e, como indica o afastamento de Moro, vai empregar todo o arsenal necessário para atingir seu fim, sem o menor escrúpulo, como de hábito.
Sem Moro por perto, o ainda presidente Jair está mais feliz que pinto no lixo, mais ou menos como aquele moleque que começa a aprontar assim que a mãe sai para fazer compras.
Além de resolver o problema do seu filho, o ainda presidente Jair já avisou ao novo chefe da PF que processos contra seus aliados têm que ser engavetados e os de seus adversários, acelerados.
Ou seja: o inquérito de 100 mil de caixa 2 a Onix Lorenzoni vai para o arquivo morto e o dos 100 mil ou 200 mil dos quais Maia é acusado deverá ser um dos focos da nova administração.
Maia é outro que deveria colocar as barbas de molho.
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