Destrinchando as agressões
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Na entrevista concedida ao jornalista Luís Costa Pinto, no dia de ontem, 24, o deputado federal José Airton (PT-CE) conseguiu colocar luz, de forma muito serena e esclarecedora, sobre recentes fatos lamentáveis na cena pública, provocados, mais uma vez, pelo presidenciável Ciro Ferreira Gomes (PDT-CE), durante a coletiva de imprensa realizada ao final do lançamento de sua candidatura, no dia 21, ao agredir verbalmente, de forma violenta e desequilibrada, o referido jornalista e a empresa Brasil 247 como um todo.
Ao solidarizar-se com todos os profissionais da Imprensa brasileira, repudiando veementemente aquele devaneio cirista, José Airton esclareceu para a audiência daquela entrevista que o fato constrangedor de tamanho desequilíbrio emocional não se tratou de uma exceção, mas representa uma regra geral do comportamento do candidato Ferreira Gomes em qualquer momento em que se defronte com o contraditório ou com fato questionador. Este tipo de arremetida a um órgão de Imprensa denota extrema gravidade política, em nada a dever aos ataques fascistas proferidos diuturnamente pelo capitão Bolsonaro. Com tal descontrole, ninguém poderia almejar qualquer cargo público no executivo brasileiro, muito menos o de presidente da República.
Portanto, a agressões sofridas pelo Brasil 247 são apenas a ponta de um iceberg, muito mais robusto e violento, de violências mesquinhas e virulentas disparadas por Ciro Gomes contra o Presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores, em sua incansável campanha de achincalhamento público às hostes petistas.
José Airton ainda procurou esclarecer à opinião pública o formato coronelístico pelo qual a política cearense vem sido conduzida nos últimos anos sob o domínio da oligarquia Ferreira Gomes. A construção de uma hegemonia iniciada com a eleição de Cid Gomes ao governo do estado em 2006, naquele momento pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), com o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT), obstaculizou qualquer tipo de oposição política capaz de fazer-lhe o devido e necessário confronto. Além disso, nessa aliança, o PT foi fortemente penalizado em seu protagonismo político ao decair de 34 para 18 prefeituras, enquanto o PDT dos Gomes subiu de 08 para mais de 60. Como agravante, agora está nas mãos do clã a Prefeitura de Fortaleza, e o PT também neste período viu decair o número de sua bancada legislativa federal e estadual, perdendo inclusive sua cadeira no Senado Federal.
Uma das contradições mais indecorosas da oligarquia Ferreira Gomes consiste em querer, apesar de todos os ataques disparados contra o PT, manter a aliança política no Ceará. Tal contradição está beirando às raias do limite, devido à humilhação que eles impõem sistematicamente ao Partido dos Trabalhadores e a toda a sua militância cearense. Já há uma forte percepção social de que sem o PT, o PDT perderá a eleição para o governo do Estado. Seria este um dos motivos de tamanho descontrole? Afinal, as pesquisas mostram que Ciro Ferreira Gomes conta com minguados 3% de intenções de voto. E, logicamente, não dá para puxar votos com um número tão inexpressivo assim.
Diante deste contexto adverso, algumas lideranças petistas, encabeçadas pelo deputado federal José Airton, pela deputada federal Luizianne Lins e pelo deputado estadual Elmano de Freitas, além de líderes de outras correntes internas ao PT, vêm conduzindo um amplo debate com a militância petista cearense, constituindo o Movimento PT Lá e Cá, em defesa da Tese de Candidatura Própria ao Governo do Estado. Depois de várias mobilizações e debates, o Movimento PT Lá e Cá conseguiu pautar para o próximo dia 29 de janeiro a primeira reunião formal do Diretório Estadual do PT Ceará em torno da pauta da candidatura própria. Abre-se assim, pela articulação da militância com suas lideranças, uma nova conjuntura política capaz de romper com uma aliança tão nefasta para o PT Ceará. A conferir.
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