Destino inexorável de Bolsonaro é a cadeia, após as revelações de Marcos do Val
"O grampo ilegal de Alexandre de Moraes seria o pretexto para a aplicação da minuta do golpe e o cancelamento das eleições", diz o jornalista Leonardo Attuch
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Até os azulejos de Brasília sabem que Jair Bolsonaro, foragido em Orlando, é o responsável pelos atos terroristas de 8 de janeiro, que depredaram a Praça dos Três Poderes, em Brasília. Motivos para sua prisão já não faltam há muito tempo.
Agora, com as revelações do senador Marcos do Val (Podemos-ES) sobre a trama para grampear ilegalmente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, sua prisão se torna um imperativo.
Marcos do Val, como disse o colega Alex Solnik, colocou Jair Bolsonaro na cena do crime. Ao contrário do que se alardeou por aí, sua denúncia não faz parte de nenhum plano mirabolante para que Moraes seja declarado suspeito nos inquéritos sobre os atos terroristas em Brasília. Marcos do Val falou porque participou da mesma trama que levou o ex-deputado Daniel Silveira à prisão e sabia, portanto, que também estava na linha de tiro. Tentou apenas salvar o próprio pescoço.
O que se faria com o áudio de Moraes? Alguma edição maliciosa que criaria um pretexto para a aplicação da minuta do golpe recentemente encontrada na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, que foi preso por facilitar os atos terroristas de 8 de janeiro.
Com isso, o círculo se fecha. Foi de Bolsonaro e de seus generais mais próximos que partiu a ordem para que os acampamentos terroristas fossem mantidos em Brasília, após a derrota nas eleições presidenciais. Como o plano do grampo não atingiu seus resultados, a minuta do golpe não foi aplicada no mês de dezembro de 2022, quando Bolsonaro ainda estava na presidência.
A aposta seguinte foi a fuga para Miami, de onde se organizou o 8 de janeiro de 2023, dia da infâmia, que poderia levar a uma operação de Garantia da Lei e da Ordem. Agora, todas as pontas se fecham. Daniel Silveira e Marcos do Val faziam parte da mesma conspiração golpista, que tinha como chefe Jair Bolsonaro, que já sabe do seu destino inexorável e, por isso mesmo, se diz "italiano". Sem a sua prisão, o Brasil não terá paz e a economia não voltará a crescer.
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