Desregulação macroestatal
Do que adiantam os órgãos de regulação que não funcionam se o Estado Brasileiro é o pioneiro e o único responsável pela macrodesregulação por falta de competência e planejamento
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O Brasil vive um momento único na sua história democrática e no seu modelo de governabilidade.
O desenrolar dos fatos coloca em dúvida o que veio primeiro, o mensalão ou a lava jato, a nosso ver deveria haver uma inversão, pois que os responsabilizados pelo STF na ação penal 470 permeiam o que está sendo veiculado ao maior escândalo de todos os tempos ocorrido no coração da ex maior empresa brasileira, a desoladora Petrobrás.
Do que adiantam os órgãos de regulação que não funcionam se o Estado Brasileiro é o pioneiro e o único responsável pela macrodesregulação por falta de competência e planejamento.
Vivemos o modelo do rodízio no trânsito, de água, de luz, de telefones celulares, e isso seria fruto da explosão de uma classe que ainda não tinha acesso aos bens de consumo.
Absolutamente não, o que precisamos, antes de mais nada, é uma legislação eficiente a qual confira, ao menos 4/5 dos cargos nas empresas públicas mediante concurso de provas e títulos, por meio da meritocracia, sobrando apenas 1/5 para as indicações políticas, fosse esse princípio obedecido, não estaríamos chorando o petróleo espalhado e derramado Brasil afora, infelizmente.
A contaminação da bolsa é inevitável, quando os mais fortes papéis sofrem quedas, as blue chips, tudo poderá ser impactado, e não descartamos as bolsas regionais, pois que a concentração de tudo numa só praça e com poucas ações de repercussão esmaga a possibilidade de opção e coloca em choque o investidor, antes um mero pretendente a um bom dividendo.
Diríamos que o investidor, o acionista minoritário, não se sente machucado, como afirmado há pouco tempo atrás, mas sim espoliado, aqueles naturalmente que economizam seus recursos, e o fazem seguros de uma seriedade e transparência do mercado, caem no engodo de uma fiscalização nula e de penalidades, as quais estimulam e desencorajam aos investidores, com isso, as novas aberturas de capital demorarão muitos anos, se é que o mercado reagirá e mostrará competência na sua conotação de mudar radicalmente essa multifacetária estrutura danosa por falta de transparência e absoluta omissão na punição dos maus administradores.
Libertar o Brasil dessa corrente ignara e avara de ideias é um movimento lúcido e de realidade, mas como sairá uma reforma politica se a cada dia se amplia o movimento de aumentar ainda mais o número de partidos políticos?
É inacreditável que sem crescimento e com uma tendência somente de exportar produtos primários, tenhamos caído na armadilha que o mundo globalizado poderia se associar na solução dos nossos problemas.
A criação dos Brics em nada favorece, e muito menos o banco com recursos de bilhões, já que na América Latina, a maioria dos países, atravessa a sua pior crise econômica.
Nossa vizinha Argentina está sangrando sem governo e com uma economia que, a cada dia que passa, patina em dívidas e possibilidade bloqueio de ativos fora do País, exceção do Chile, Peru e Colômbia, nada temos que nos ufanar, e essa realidade refoge por completo dos EUA, saindo da crise da subprime e aumentando consistentemente o crescimento e aumento dos empregos.
Vivemos o modelo da monocultura e talvez tenha sido, segundo alguns técnicos, a cana-de-açúcar a principal responsável pela seca desértica vivida no Estado de São Paulo, e mais grave ainda, grande parte das usinas parada ou em recuperação judicial.
Esse retrato descortinado é um desenho simbólico e, ao mesmo tempo, emblemático no sentido de que vivemos uma macrodesregulação do Estado Brasileiro, depauperado pelo insólito desvio de recursos e dezenas de crimes de responsabilidade cometidos pelos nossos dignos representantes.
As instituições fraquejam e não funcionam, são um exemplo de ficção brasileira, desde aquelas administrativas, como nosso convívio entre sociedade civil e as organizações representativas.
Escancara-se a crise do modelo de se apostar na venda de carros e aumentar o consumo interno, mas como se não há poder aquisitivo e os juros são os mais explosivos do planeta, além do aumento das taxas pelo governo?
A única sorte que temos é a falta real de crescimento, pois se nossas indústrias dependessem de mais energia e consumissem água, o que veríamos seria um cenário ainda mais deprimente e totalmente irrecuperável.
O Estado incompetente e corrupto, associado ao cartel de empresas que apenas preferem enxergar seus próprios ganhos e não oportunizar concorrência, essa lendária circunstância tem seus dias contados, o que será no amanhã, definitivamente ninguém sabe, mas se conseguirmos debelar o tumor da corrupção multisecular e minar as grandes empresas dessa vocação do ilícito, sairemos mais fortes e democraticamente seguros de que o crime, em nenhum solo globalizado, compensa.
Caso contrário, a lei anticorrupção, se aplicada não for, deveria ter um artigo final: essa legislação ficará suspensa enquanto o governo e as empresas não se conscientizarem de sua necessidade.
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