Desocupa o ministério, ministro!

"Está na hora de Temer entregar um de seus anéis para não entregar os dedos. Está na hora de jogar carga inútil fora para evitar que o barco afunde. Esse ministro da Deseducação que Temer nomeou só trouxe confusão, discórdia e incompetência. E nada indica que daqui para a frente será diferente. A sua ausência vai preencher uma lacuna", diz o colunista Alex Solnik, que defende a demissão de Mendonça Filho; "Todas as suas medidas foram tomadas de cima para baixo e não contribuíram em nada com a elevação do nível de ensino brasileiro. Implantaram a guerra na educação", afirma; "A desocupação nacional poderia começar com a desocupação do Ministério da Educação"

Brasília- DF 16-06-2016 Presidente interino, Michel Temer e o ministro da educação, Mendonça filho anunciando prorrogação do FIES. Foto Lula Marques/Agência PT
Brasília- DF 16-06-2016 Presidente interino, Michel Temer e o ministro da educação, Mendonça filho anunciando prorrogação do FIES. Foto Lula Marques/Agência PT (Foto: Alex Solnik)


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Está na hora de Temer entregar um de seus anéis para não entregar os dedos. Está na hora de jogar carga inútil fora para evitar que o barco afunde. Esse ministro da Deseducação que Temer nomeou só trouxe confusão, discórdia e incompetência. E nada indica que daqui para a frente será diferente. A sua ausência vai preencher uma lacuna.

Jogar esse ministro ao mar significa Temer resolver metade dos seus problemas, que foram criados por suas iniciativas, como a reforma do ensino médio sem nenhuma consulta a ninguém, anunciada de cima para baixo da forma menos democrática possível que está gerando o maior movimento anti-governo desde 2013. E que está difícil de eliminar, pois só aumenta.

Até se entende que certos ministérios, como foi o caso desse, tenham sido negociados no calor do processo de impeachment para retribuir os votos que deletaram a presidente Dilma, é natural numa disputa de punhais nas costas. Mas a fatura já foi paga.

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Agora Temer precisa colocar pessoas competentes nas pastas mais nevrálgicas para ao menos dizer a que veio. A Educação não pode ficar subordinada a um político que não tem a menor intimidade com ela. A César o que é de César. Ou tira a peça que está corroendo um dos pilares de seu castelo ou ele corre o risco de desabar.

Do primeiro dia de sua gestão, quando recebeu a insólita visita do ator Alexandre Frota para conversar sobre “Escola sem partido” até os dias mais recentes a sua atuação tem a marca da confusão, do retrocesso, do confronto, que culminou no caos que virou o Enem.

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É um ministro que não demonstrou nenhuma intenção nem capacidade de diálogo, seja com especialistas da área, seja com políticos da oposição, seja com os principais interessados: estudantes e professores.

Todas as suas medidas foram tomadas de cima para baixo e não contribuíram em nada com a elevação do nível de ensino brasileiro. Implantaram a guerra na educação.

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O mais grave é que sua atuação tem se pautado pela decisiva colaboração com as forças de repressão, principalmente as de São Paulo e as do Paraná na desocupação das mais de 1000 escolas em todo o país. Ele não procurou conversar nem ouvir os estudantes, permanecendo em seu gabinete, omisso diante da violência empregada para retirar os estudantes das escolas ocupadas. Esse ônus também se debita ao governo como um todo, não só a esse ministro despreparado para o cargo.

A desocupação nacional poderia começar com a desocupação do Ministério da Educação.

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