Desgoverno vendido ao Centrão
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Levar Flávia Arruda para a Secretaria de Governo tem toda a característica de cortina de fumaça, uma vez que, ato contínuo, as Forças Armadas foram abaladas, o enaltecimento à ditadura foi mantido e a tentativa de golpe branco está em curso. Salvos estamos, por enquanto, pela total incapacidade de Bolsonaro em fazer algo, até como canto do cisne de seu desgoverno.
Nas mudanças havidas para atender ao Centrão, muito se mexeu para ficar como está, confirmando que a semente é podre e dela nada frutificará. Ernesto Araújo foi o símbolo em evidência da ideologia fantasiosa do desgoverno e sua substituição apenas aliviará tensões imediatas. Assim foi com um dos congêneres da Educação: o chefe continua o mesmo néscio. O sistema educacional está em pleno desmonte pelo exterminador do futuro e do presente. A Educação ainda não foi alvo de outra mudança, o que nos faz lembrar que a tragédia do desgoverno é muito mais ampla do que a extinção em massa causada pela catástrofe na administração da pandemia da covid-19. As gerações futuras serão um bando de cidadãos acríticos, mal formados e sem a capacidade de distinguir a dura realidade da ilusão governamental. A educação superior é comandada por criacionista e instituições da educação básica são carcomidas pela ideologia da ignorância. Décadas utilizadas para construir, ainda que muito lentamente, um sistema educacional mais racional e equilibrado que está agora totalmente destruído. A política de desmonte era clara na campanha de Bolsonaro e os que nele votaram sabiam disso, não há perdão ou desculpas. Mas ainda é possível remover o exterminador do presente e do futuro do País.
A margem de tolerância do Centrão ao desgoverno de Bolsonaro é definida pelas benesses que recebe. A indulgência comprada pelo perdão da dívida bilionária das igrejas é um desses parâmetros. Isso é o que define a linha vermelha que está sendo ultrapassada, apoio regiamente bancado com nosso dinheiro. Não se levam em consideração a desastrosa política econômica e o morticínio causado pela incompetência e omissão na gestão da pandemia. Até o personagem "Tunéscio" encontra dificuldades para justificar seu culto ao mito.
Sempre tocando nos pontos certos, a máxima de que a crise tem nome e sobrenome, pela qual denominamos bois, chegamos perto da boiada eleitoral. Há que se completar que também o nome do meio é significativo, uma vez que a messiânica campanha contra o inimigo imaginário em 2018 rendeu frutos. Messias que lá está é o retrato fiel do antiCristo propalado de diversas formas em várias religiões. Até nós ateus passamos a crer no triunfo do mal personificado na matança de mais de 300 mil conterrâneos.
O Congresso é uma pandemia paralela em curso. No entanto, há que se considerar que o suborno ou a compra do voto ocorreu antes do mandato parlamentar. O eleitor já fora seduzido pelo brilho da prata da benesse prometida ou influenciado pelo fel do chumbo de quem o ameaçava, haja vista a forte influência miliciana no Parlamento e no Executivo de hoje. Muitos desses eleitores já estavam mortos em sua cidadania, antes mesmo que a pandemia lhes tirasse a vida.
Por fim, pela manutenção da desastrosa política de combate à pandemia, o quarto ministro na saúde é sucedâneo do terceiro que chegou do nada e, provavelmente, antecessor do quinto dos infernos. O discurso pode até acalmar a bolsa de apostas políticas, mas não diminui o número de covas abertas.
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