Desencanto com eleição no Amazonas vai se repetir pelo Brasil
O número de eleitores que não compareceram às urnas no segundo turno, somado aos votos brancos e nulos, foi de mais de um milhão de pessoas. Ou seja, quase incríveis 50% das pessoas aptas não votaram, mesmo com os candidatos sendo os conhecidos e tradicionais políticos Amazonino Mendes PDT – eleito, e Eduardo Braga (PMDB)
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É fato concreto que há um tremendo desencanto com a política. Os números das eleições municipais do ano passado refletem isso. Na disputa de 2016, o número de eleitores que não compareceram às urnas no segundo turno das eleições municipais, somado aos votos brancos e nulos, foi de aproximadamente 10,7 milhões de pessoas - ou 32,5% do eleitorado.
E do ano passado pra cá o que mudou foi a certeza, no imaginário popular, de que grupos criminosos controlam a maioria dos partidos e os políticos não representam os anseios da população.
O exemplo concreto ocorreu neste domingo (27) na eleição para o preenchimento dos cargos de governador e vice do Amazonas, determinada após a cassação dos mandatos do ex-governador José Melo (PROS), e do vice, Henrique Oliveira, por compra de votos nas eleições de 2014.
O número de eleitores que não compareceram às urnas no segundo turno, somado aos votos brancos e nulos, foi de mais de um milhão de pessoas. Ou seja, quase incríveis 50% das pessoas aptas não votaram, mesmo com os candidatos sendo os conhecidos e tradicionais políticos Amazonino Mendes PDT – eleito, e Eduardo Braga (PMDB).
As pesquisas divulgadas neste espaço sobre o pleito de 2018 em Alagoas também revelam esse fenômeno para todos os cargos em disputa: Governador, senador, presidente, enfim. A maioria da população prefere não opinar, diz que não vota em nenhum, e esse percentual supera em muito o número daqueles que definiram em quais candidatos pretende votar.
Bom, mas você pode pensar que isso não importa e o que vai valer no final para o eleito é o número de votos válidos. Tudo bem, é fato que o que conta para uma eleição são os votos válidos.
No entanto, essa crise de representatividade e de desesperança que dissocia o povo da política é extremamente perigosa. Uma cisão entre sociedade e classe política pode ser o caminho para uma convulsão social e uma ruptura entre a população e o Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário.
O que pode surgir dessa questão é imprevisível. Mas os resultados das urnas e das pesquisas mostram que caminhamos para um momento em que o brasileiro rejeita fortemente os seus representantes, porque não se sente representado. E isso pode ser o início do fim de um modelo.
Agora, o que virá em seguida não dá para prever, nem quando.
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