Desemprego: os números, as pessoas e as famílias



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Fico muito angustiado quando leio as estatísticas de desemprego. Pela minha vivência de trabalhador, depois líder sindical e, ainda mais tarde, parlamentar sindicalista, não consigo me ater aos percentuais e seus números frios. Penso nas pessoas e nas famílias, nas crianças, na fome e na desesperança.

O IBGE divulgou o desemprego do trimestre móvel de janeiro a março de 2021, recorde da série histórica, iniciada em 2012, alta de 0,8 % sobre o trimestre de outubro a dezembro de 2020 e de 2,5% em relação ao mesmo trimestre de 2020. O que era grave ficou pior. São 14,8 milhões de brasileiros, mais 6,3% (mais 880 mil pessoas sem trabalho), crescendo 15,2% (mais 1,956 milhão) sobre o mesmo trimestre móvel do ano anterior. 

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Outros 33,2 milhões de pessoas estão subutilizados, nome técnico para os que trabalharam menos que a jornada e ganharam menos que um salário mínimo, somados aos chamados desalentados, cerca de 6 milhões, que já nem procuram trabalho, por falta de esperança. 

Essa é a herança do golpe que Temer, Bolsonaro, o PSDB, os partidos do centrão, a operação Lava Jato e a mídia golpista lideraram contra Dilma e o povo brasileiro. Chegaram ao cúmulo de prender Lula para fazer o povo acreditar em um escândalo que nunca existiu.

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Estes números são consequência de escolhas. Quem apoiou o golpe escolheu, mesmo sem saber, uma política econômica que destrói empregos, com a reforma trabalhista, o teto de gastos públicos, a terceirização sem limites, a privatização e a redução de investimentos.

Quem votou no Bolsonaro e nos parlamentares que o apoiam optou pelas políticas de Paulo Guedes, um especulador que só pensa nos mercados financeiros. Com ele, o dólar disparou, com ele a gasolina, diesel, gás de cozinha, arroz, feijão, óleo, carne, etc. 

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O desemprego alto é consequência de um orçamento emperrado e arrochado que não estimula a economia. A pandemia do coronavírus só veio reforçar essa quadro, pois o governo negou sua gravidade e não tomou as medidas que vários países do mundo adotaram para combater a doença e salvar empregos.

Mas como sempre acreditei que a luta é a única forma de mudar as coisas, vejo que o povo pode dizer BASTA, em breve. Relembro como fizemos o desemprego cair tanto que muitos escolhiam emprego. Tantas obras, o comércio bombando, até pobres viajando de avião, vejam só.

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Carne na mesa, a cervejinha, sonho da casa própria e do carrinho na garagem. Filhos bem vestidos, sorrindo e sonhando. 

Vejo o semblante de um cara que eu conheci nos anos 70 do século passado, eu vigilante, ele metalúrgico, que apesar de achincalhado por juízes sem moral, pela Globo e seu Jornal Nacional, pela elite canalha deste país, depois de passar 580 dias preso injustamente, tendo a paciência e a teimosia de provar sua inocência, olha pra nós, do PT-DF, que nos encontramos com ele há alguns dias e, no seu olhar, nos transmite a esperança de que é possível, de novo, derrubar esse desemprego, levantar esse Brasil, construir uma Nação de direitos e deveres, justa e solidária, sem medo de ser feliz. Vamos botar o capitão de araque pra correr, vamos mudar esse Congresso Nacional cheio de traidores, e vamos gerar os empregos que o homem e a mulher de caráter querem para colocar na mesa o pão de cada dia e a esperança de tempos adiante. Xô desemprego, que venha a luta, que venha o Lula!

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