Desde 1989, o PT só ganhou eleições presidenciais com vice de centro-direita
"Das oito eleições disputadas desde a redemocratização, o PT perdeu as quatro em que se aliou à esquerda (1989, com o PSB; 1994, chapa puro sangue; 1998, com o PDT e 2018, com o PCdoB) e ganhou as quatro em que se aliou à centro-direita (2002, com PL; 2006, com PRB; 2010 e 2014, com o PMDB). Talvez seja útil considerar esse histórico nos debates que o PT começa a fazer acerca das eleições de 2022", diz Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia.
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia - Alguém se lembra? Em 1989, Lula (PT) concorreu pela primeira vez a presidente da República, apoiado pela Frente Popular Brasil, formada por PT, PCdoB e PSB, com o senador José Paulo Bisol (PSB) como vice.
Ficou em segundo lugar no primeiro turno, com 17% dos votos (11 milhões), abaixo apenas de Fernando Collor (PRN), com Itamar Franco (PRN) de vice, com 30% (20 milhões de votos). E perdeu no segundo turno por 53% (35 milhões) a 46% (31 milhões).
Nas eleições de 1994, agora com Aloysio Mercadante (PT) na vice, Lula perdeu, logo no primeiro turno, para Fernando Henrique Cardoso, aliado ao PFL de Marco Maciel, o vice, por 54% (34 milhões de votos) a 27% (17 milhões de votos).
Leonel Brizola (PDT) foi o companheiro de chapa de Lula em 1998, tendo sido ambos derrotados, no primeiro turno, por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Marco Maciel (PFL), por 53% (35 milhões de votos) a 31% (21 milhões).
Em 2002, formando chapa com o conservador José Alencar (PL), na vice, Lula ganhou de José Serra (PSDB), com Rita Camata (PMDB) de vice, com 39 milhões de votos (46%) contra 19 milhões (23%) no primeiro turno e, no segundo, por 61% (52 milhões) a 38% (33 milhões).
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Em 2006, de novo aliado ao conservador José Alencar, agora no PRB, Lula ganhou de Geraldo Alckmin (PSDB), com José Jorge (PFL) de vice, por 48% (46 milhões) a 41% (39 milhões) no primeiro turno e, no segundo, por 60% (50 milhões) a 40% (37 milhões).
A candidata de Lula, Dilma Rousseff (PT) ganhou, em 2010, com Michel Temer (PMDB) na vice, de José Serra (PSDB), vice Índio da Costa (DEM), com 46% (47 milhões) contra 32% (33 milhões) no primeiro turno e por 56% (55 milhões) a 43% (43 milhões) no segundo.
Em 2014, também com Michel Temer (PMDB) na vice, Dilma Rousseff ganhou de Aécio Neves (PSDB), vice Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) por 41% (43 milhões) a 33% (34 milhões) no primeiro turno e por 51% (54 milhões) a 48% (51 milhões), no segundo.
Em 2018, a chapa encabeçada por Fernando Haddad (PT), com Manuela D’Ávila (PCdoB) na vice, tirou segundo lugar (29%, 31 milhões de votos), ficando atrás apenas de Jair Bolsonaro (PSL), vice Hamilton Mourão (PRTB) ( 46%, 49 milhões) no primeiro turno e perdeu no segundo por 55% (57 milhões) a 44% (47 milhões).
Resumo da ópera: das oito eleições disputadas desde a redemocratização, o PT perdeu as quatro em que se aliou à esquerda (1989, com o PSB; 1994, chapa puro sangue; 1998, com o PDT e 2018, com o PCdoB) e ganhou as quatro em que se aliou à centro-direita (2002, com PL; 2006, com PRB; 2010 e 2014, com o PMDB).
Talvez seja útil considerar esse histórico nos debates que o PT começa a fazer acerca das eleições de 2022.
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