Desceremos do mirante de nossa zona de conforto?
Ao debochar de nossa gente brasileira, os senhores, seus juízes, senadores e governadores estão atentando ao nosso limite tolerável. Um dia isso tudo acaba, ah, acaba! Estamos prestes, talvez não essa, mas as duas próximas gerações (estão se preparando), prestes a ver uma convulsão nacional
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Estão rindo de nossa cara! Estou convencido disso: estão a debochar o limite de nossas feições. Esses Juízes e Promotores - com suas mordomias medievais; cínicos deputados; senadores velhacamente sombrios; governantes déspotas; todos eles, estão esgotando suas graças a nosso respeito.
As últimas reportagens dos grandes, médios e pequenos jornais (blogs e outras mídias) dão conta de que os supersalários de certos servidores públicos do alto "padrão" beiram o surreal (uma opção de pesquisa, clique aqui). São cerca de 5.000 concursados públicos que compõem um seleto pequenino grupo de brasileiros a receber [muito] acima do teto dos demais milhões de servidores - úteis - públicos deste País. E na lista perfilam magistrados diversos, membros do Ministério Público, da Receita Federal, Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e outros tantos. São os magnatas, marajás pagos às custas do suor e dos sacrifícios do povo brasileiro.
Enquanto isso, na apodrecida "Casa do Povo", onde os cupins corroem os pilares e as mentes insanas de Suas Excelências maquinam o mal objetivo, são aprovadas emendas constitucionais a sacramentar a morte lenta da sociedade brasileira e sua concepção civilizatória.
Ontem eu conversava com um amigo e ele me alertou uma frustração pouco percebida por mim. As manifestações em Brasília, no formato que estão postas, não dão conta dos resultados efetivos. São cócegas agradáveis a entreter Suas Excelências na monotonia do Plenário tão enfadonho de repertório único. Para completar a crueldade, agora, com a Polícia "do Rollemberg", ficou ainda mais "sem sentido". Se antes, eu estava ali à frente das Torres do Congresso Nacional gritando a seus deputados e senadores por Mais Direitos, e lá de sua janela panorâmica, Sua Excrescência, o Sr. Juvelino da Silva (e também o que você, colega, votou na última eleição), olhavam de longe a dizer: "Mas aquele rapazinho ali não é meu eleitor. Hum! Mas deixem-no gritar seus apelos tão, tão... interessantes!".
Não obstante, sabia o Deputado Juvelino que não seria possível meu grito, ou meu braço alcançá-lo e suas fuças desavergonhadas porque ele também era capaz de ver centenas de brutamontes da Polícia a perfilar sua proteção intangível. Divirta-se, Sr. Deputado, com a minha cara de otário. Já sei que sou isso sem que desejasse sê-lo.
Pois bem! Parece que outros parlamentares não eram tão sensíveis quanto Juvelino. Fazíamos barulho demais ao sossego de suas sonecas tão úteis ao povo. Pediram ao governador do DF, Rodrigo Rollemberg - e foram prontamente atendidos - para nos colocarem em marcha entre a Rodoviária do Plano Piloto e... a Rodoviária do Plano Piloto. Ou seja: ilharam-nos a aproximadamente 3 km do espelho d'água em frente às Torres do Congresso Nacional. Grades e muros de proteção [ainda não sei exatamente a quem]. Mal podemos ver o Palácio ao longe, tampouco, Juvelino com sua face simples de "homem do povo" a acenar sua mão caridosa aos reles mortais lá embaixo.
Retomando a lógica e potencial consequência do primeiro parágrafo deste texto: ao debochar de nossa gente brasileira, os senhores, seus Juízes, Senadores e Governadores estão atentando ao nosso limite tolerável. Um dia isso tudo acaba, ah, acaba! Estamos prestes, talvez não essa, mas as duas próximas gerações (estão se preparando), prestes a ver uma convulsão nacional. Todo povo cansa. Em qualquer País civilizado é assim. A História do Mundo, das nações, das culturas diz isso o tempo todo. Toda paciência se esgota.
É que estamos no melhor ponto da nossa "Zona de Conforto", em seu mirante, a contemplar passivamente tudo que ocorre em nosso Brasil. E nós, pessoas, e também Vossas Excelências, somos incapazes de acreditar que povos se levantem em algum tempo para dizer: "Basta!". Todavia, fosse eu um dos senhores, não subestimaria para sempre o seu eleitor. Um dia ele acorda. E não falo de rapazes e moças vestidos de verde e amarelo chupando seu picolé, ou empurrando seus carrinhos de bebês em manifestações "pacíficas" pelas Praças aqui, ou ali. Falo de contenda efetiva, planejada e organizada pelas grandes massas. Falo que vocês são a potência de um conflito sem precedentes; que estão botando gasolina numa fogueira, cuja consequência será a inflamação das massas, a catapulta de uma potencial Guerra Civil, ou algo menos danoso um pouco, mas não menos impactante a um conteúdo de nova sociedade, sem a presença dos senhores.
Se vivermos, veremos...
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