Depois de Dilma e do PT, ainda falta Lula
O ex-presidente Lula e seus principais aliados dentro e fora do PT, citados ou investigados pela Operação Lava Jato, precisarão ser atingidos. Caso contrário, a conquista do poder pelo caminho político e jurídico não funcionará
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Certamente o roteiro da mudança do governo brasileiro está inconcluso. A união majoritária das forças políticas, econômicas e dos grandes grupos de comunicação no afastamento do governo petista terá que fazer um lance definitivo.
O ex-presidente Lula e seus principais aliados dentro e fora do PT, citados ou investigados pela Operação Lava Jato, precisarão ser atingidos. Caso contrário, a conquista do poder pelo caminho político e jurídico não funcionará.
É que Lula lidera em todos os cenários das pesquisas feitas até o momento para o pleito presidencial de 2018. E os seus principais adversários, os tucanos Aécio, Serra e Alckmin, ficam lá pra trás. E a única forma rápida e conclusiva de manutenção do que foi conseguido até o momento é com alguma medida jurídica que impeça tal candidatura.
E os sinais são claros quanto a essa sequência. Sem surpresa alguma o ministro do STF, Gilmar Mendes, monocraticamente decide que o senador Aécio Neves não deve ser sequer investigado após ser citado por delatores como um dos que recebeu propina.
Antes, vale lembrar, impediu a nomeação de Lula, atendendo posicionamento da PGR, como ministro de Dilma no momento mais agudo da crise. Naquele momento o ex-presidente era o único capaz de virar o jogo político. Bom, Gilmar não só impediu como decidiu não decidir o caso até o último dia do governo Dilma, o que agora, claro, é desnecessário.
Pois bem, agora Lula e ex-ministros citados por delatores, casos de Jaques Wagner e Edinho Silva, entre outros, deverão perder o direito de serem julgados e investigados pelo STF, pois deixaram de ter o foro privilegiado.
Ao contrário, aposto que o STF será incapaz de atingir os citados, investigados e suspeitos que fazem parte do novo governo, casos do próprio Michel Temer e o ministro do Planejamento senador Romero Jucá, entre outros do PP, PR, PSDB, por exemplo.
É que essa turma do PMDB é expert nos bastidores, nos entendimentos e na solução de problemas. Julgamentos e investigações podem levar anos e até prescrever. Já os petistas cairão nas mãos dos procuradores da Lava Jato e do juiz Sérgio Moro. Serão condenados e Lula impedido de disputar 2018.
Só assim, sem Lula, o risco de perda do poder será reduzido pelos atuais detentores do poder político e pelos grandes empresários aliados.
Rei morto, rei posto. O serviço precisa ser concluído e isso implica em vítimas, prisões e destruição de reputações.
Sem dó, como deve ser em uma sociedade com princípios duvidosos.
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