Democracia tem de ser rápida para salvar o Brasil

A peleja do "diabo com o dono do céu" vai continuar nos próximos dias dentro do Congresso mais corrupto da história brasileira, conforme prevê uma Constituição que quase todo dia é desrespeitada e rasgada, menos para retirar do poder o comandante da quadrilha mais perigosa do país, como revelou recentemente Joesley Batista, dono da JBS, que pegou Temer como as mãos inteiras dentro da cumbuca da ilegalidade

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Michel Temer .2
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Michel Temer .2 (Foto: Romerito Aquino)


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Os brasileiros foram dormir nesta segunda e acordaram nesta terça-feira com o seu presidente da República, o desacreditado e despopularizado Michel Temer, denunciado como ladrão pela Procuradoria Geral da República.

Da mesma forma, o presidente fruto de um golpe de estado foi acusado ontem pela Polícia Federal de promover obstrução de Justiça, o que por si só já lhe ensejaria a renúncia imediata, caso acumulasse alguma centelha de vergonha na cara diante de um país que já o condenou quase de forma unânime a se retirar do governo, conforme mostram todas as pesquisas de opinião.

Mas a peleja do "diabo com o dono do céu" vai continuar nos próximos dias dentro do Congresso mais corrupto da história brasileira, conforme prevê uma Constituição que quase todo dia é desrespeitada e rasgada, menos para retirar do poder o comandante da quadrilha mais perigosa do país, como revelou recentemente Joesley Batista, dono da JBS, que pegou Temer como as mãos inteiras dentro da cumbuca da ilegalidade.

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A saída do chefe e de sua quadrilha vai depender, no entanto, se dois terços dos deputados - a maioria deles envolvida e investigada como beneficiários de propinas da Petrobras, da Odebrecht, da JBS e de outras grandes empreiteiras - concorde com o pedido do procurador-geral da República para afastá-los por 180 dias, após o qual dificilmente eles retornariam ao poder.

E aí, a peleja do mal contra o bem da população e do país vai cair novamente no mesmo escandaloso esquema que se tem observado no Congresso Nacional nos últimos 12 meses para manter o status do golpe parlamentar contra o mandato legítimo dado à presidenta Dilma Rousseff por 54,5 milhões de brasileiros.

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Trata-se do descarado e criminoso comércio de votos que Michel Temer e seu bando envolvido na Lava Jato têm promovido periodicamente para aprovar suas medidas impopulares e recessivas em troca de milhares de cargos e de dinheiro das emendas que os parlamentares aprovam anualmente no Orçamento da União para fazerem festas junto a seus currais eleitorais.

O descaramento e a criminalidade da prática desse comércio de votos, praticados com deputados envolvidos nos mais diversos crimes já assombraram a opinião pública nacional em outras oportunidades. Uma delas quando se deu, em 1987, a compra de votos pelo governo FHC por R$ 200 mil cada para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permitiu a reeleição do então presidente naquele que foi considerado à época um dos maiores escândalos políticos da história do país envolvendo o Congresso Nacional.

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Aprovando o afastamento de Michel Temer, o Brasil por certo sairá do zero para pensar na viabilidade de restaurar a sua democracia o mais rápido possível para eleger, através da PEC das diretas que já tramita no Congresso, por exemplo, um governo transitório que prepare o Brasil para se reconciliar consigo mesmo visando buscar a paz e a harmonia necessárias para uma nova disputa presidencial em 2018.

Data a partir da qual, o país, além de escolher democraticamente seu presidente da República, terá de consolidar uma reforma política séria, ampla, geral e irrestrita para que seus políticos voltem a ter credibilidade popular para fazer dela o necessário instrumento de transformação econômica e social que tanto seu povo deseja.

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Em caso de permanência de Temer, chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil, como diria o empresário corruptor da JBS, somente o povo nas ruas de novo será capaz de exigir a execução de tal transitoriedade, mesmo que às custas do elevado preço da violência, das discórdias e dos desencontros, comuns às nações em crises políticas profundas, cujos povos não abrem mão de escolher diretamente aqueles que vão gerenciar os seus destinos.

Que a democracia seja rápida para salvar o Brasil!

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