Democracia tem de ser rápida para salvar o Brasil
A peleja do "diabo com o dono do céu" vai continuar nos próximos dias dentro do Congresso mais corrupto da história brasileira, conforme prevê uma Constituição que quase todo dia é desrespeitada e rasgada, menos para retirar do poder o comandante da quadrilha mais perigosa do país, como revelou recentemente Joesley Batista, dono da JBS, que pegou Temer como as mãos inteiras dentro da cumbuca da ilegalidade
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Os brasileiros foram dormir nesta segunda e acordaram nesta terça-feira com o seu presidente da República, o desacreditado e despopularizado Michel Temer, denunciado como ladrão pela Procuradoria Geral da República.
Da mesma forma, o presidente fruto de um golpe de estado foi acusado ontem pela Polícia Federal de promover obstrução de Justiça, o que por si só já lhe ensejaria a renúncia imediata, caso acumulasse alguma centelha de vergonha na cara diante de um país que já o condenou quase de forma unânime a se retirar do governo, conforme mostram todas as pesquisas de opinião.
Mas a peleja do "diabo com o dono do céu" vai continuar nos próximos dias dentro do Congresso mais corrupto da história brasileira, conforme prevê uma Constituição que quase todo dia é desrespeitada e rasgada, menos para retirar do poder o comandante da quadrilha mais perigosa do país, como revelou recentemente Joesley Batista, dono da JBS, que pegou Temer como as mãos inteiras dentro da cumbuca da ilegalidade.
A saída do chefe e de sua quadrilha vai depender, no entanto, se dois terços dos deputados - a maioria deles envolvida e investigada como beneficiários de propinas da Petrobras, da Odebrecht, da JBS e de outras grandes empreiteiras - concorde com o pedido do procurador-geral da República para afastá-los por 180 dias, após o qual dificilmente eles retornariam ao poder.
E aí, a peleja do mal contra o bem da população e do país vai cair novamente no mesmo escandaloso esquema que se tem observado no Congresso Nacional nos últimos 12 meses para manter o status do golpe parlamentar contra o mandato legítimo dado à presidenta Dilma Rousseff por 54,5 milhões de brasileiros.
Trata-se do descarado e criminoso comércio de votos que Michel Temer e seu bando envolvido na Lava Jato têm promovido periodicamente para aprovar suas medidas impopulares e recessivas em troca de milhares de cargos e de dinheiro das emendas que os parlamentares aprovam anualmente no Orçamento da União para fazerem festas junto a seus currais eleitorais.
O descaramento e a criminalidade da prática desse comércio de votos, praticados com deputados envolvidos nos mais diversos crimes já assombraram a opinião pública nacional em outras oportunidades. Uma delas quando se deu, em 1987, a compra de votos pelo governo FHC por R$ 200 mil cada para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permitiu a reeleição do então presidente naquele que foi considerado à época um dos maiores escândalos políticos da história do país envolvendo o Congresso Nacional.
Aprovando o afastamento de Michel Temer, o Brasil por certo sairá do zero para pensar na viabilidade de restaurar a sua democracia o mais rápido possível para eleger, através da PEC das diretas que já tramita no Congresso, por exemplo, um governo transitório que prepare o Brasil para se reconciliar consigo mesmo visando buscar a paz e a harmonia necessárias para uma nova disputa presidencial em 2018.
Data a partir da qual, o país, além de escolher democraticamente seu presidente da República, terá de consolidar uma reforma política séria, ampla, geral e irrestrita para que seus políticos voltem a ter credibilidade popular para fazer dela o necessário instrumento de transformação econômica e social que tanto seu povo deseja.
Em caso de permanência de Temer, chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil, como diria o empresário corruptor da JBS, somente o povo nas ruas de novo será capaz de exigir a execução de tal transitoriedade, mesmo que às custas do elevado preço da violência, das discórdias e dos desencontros, comuns às nações em crises políticas profundas, cujos povos não abrem mão de escolher diretamente aqueles que vão gerenciar os seus destinos.
Que a democracia seja rápida para salvar o Brasil!
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