Democracia se impõe aos quarteis
"Seria suicídio, para não dizer irresponsabilidade absoluta, dar respaldo à República do Fake News alimentada pelo bolsonarismo", escreve César Fonseca
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Por César Fonseca
A responsabilidade dos militares é imensa em tentar dissociar-se da realidade que está sendo ditada pelas pesquisas eleitorais.
Seria suicídio, para não dizer irresponsabilidade absoluta, dar respaldo à República do Fake News alimentada pelo bolsonarismo, incapaz de criar bases para desenvolvimento econômico e sustentabilidade democrática.
Como ao não promover o crescimento sustentável perdeu credibilidade com expansão do desemprego, da inflação, recessão, da fome, da desigualdade social etc, colhe a derrota à vista.
Bolsonaro, simplesmente, deu as costas à realidade.
Não entendeu o sábio conselho de Peron de que "la verdad es la realidad".
Preferiu escutar sua base miliciana da força das armas, como se elas enchessem barriga.
NEOLIBERALISO X SOCIAL-DEMOCRACIA
Rendeu-se acriticamente ao neoliberalismo para afogar a social-democracia.
Paulo Guedes desconsiderou a contradição fatal, anunciada por Marx, em O Capital, entre produção e circulação capitalista de mercadoria, ao optar pelas reformas trabalhista e previdenciária, que afogou o consumo mediante destruição do poder de compra dos trabalhadores
Jogou, irresponsavelmente, a economia no subconsumismo que promove sobreacumulação de capital que derruba a taxa de lucro e inviabiliza investimentos.
Guedes é, sem sombra de dúvida, o arquiteto da derrota bolsonarista à vista.
Quanto mais foi desenhando o colapso econômico neoliberal mais Bolsonaro descambou para o fake news.
Virou, para ele, jogo de vida ou morte, achar culpados para o seu desastre.
Tratou como moleque, desrespeitando a população, a pandemia.
Apelou para o fanatismo, desdenhando a racionalidade.
FANATISMO X RACIONALIDADE
Julgou-se enviado por Deus, colocando como seus assessores, evangélicos radicais. Aproveitou a oportunidade para assaltar dinheiro público na compra de vacinas, transformando como auxiliar, nessa tarefa, o imconpetente general Pazuello.
Tivesse aberto o jogo da verdade no enfrentamento da pandemia, seria compreendido pela população atormentada, órfã, sem necessidade de tantas mortes, plenamente evitáveis, se colocasse em primeiro lugar o interesse público.
Se perdeu na pandemia e nas suas consequências econômicas trágicas.
Se antes dela, a situação econômica sinalizava recessão, inflação, estaginflação, devido às reformas neoliberais, fomentadoras de juros especulativos, tudo ficou mais complicado e difícil de resolver com a pandemia e, na sequência, com a guerra na Ucrânia entre Rússia e OTAN, armada pelos Estados Unidos, que leva ao perigo nuclear.
MILITARES E LULA
A incompetência neoliberal bolsonarista serviu de pasto à emergência lulista.
Bolsonaro, desesperado, no mato sem cachorro, partiu para ameaças terroristas contra democracia .
Colocou em dúvida o processo eleitoral, brigou com todo mundo e, agora, às vésperas da eleição, está perdido, como se viu no debate na Globo.
Os militares em todo esse tempo jogaram com a ambiguidade , ora dando a entender estar ao lado do capetão, ora descartando-o, como parece ter chegado essa hora, conforme resultado da reunião de hoje do alto comando militar.
Cansados de se jogarem para um lado e para outro, feito biruta de aeroporto, para segurarem a mala sem alça, bateram o martelo: quem ganhar leva.
Vitória da democracia.
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