“Democracia em vertigem” desperta os instintos mais primitivos em Bolsonaro e ministros

Jornalista Alex Solnik comenta a reação da direita sobre a indicação do documentário brasileiro ao Oscar e observa que "quem elogiar o filme está no olho da rua ou será considerado traidor" e ainda que "os que chegaram ao poder em razão do golpe vestiram a carapuça e não se tocaram"

Divulgação | José Cruz/Agência Brasil
Divulgação | José Cruz/Agência Brasil (Foto: Divulgação | José Cruz/Agência Brasil)


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Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - No dia 3 de junho de 2012, o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), expoente da direita no Congresso Nacional referiu-se ao colega José Dirceu (PT-SP) nos seguintes termos enquanto este era questionado na CPI:

 “V.Excia desperta em mim os instintos mais primitivos”.

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Coincidência ou não, o documentário “Democracia em vertigem” também está despertando os instintos mais primitivos do presidente Jair Bolsonaro e de seus ministros, que são da mesma cepa do delator do “Mensalão”.

Jair Bolsonaro:

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“Esse filme é para quem gosta do que urubu come”.

General Augusto Heleno, chefe do GSI:

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"Que orgulho ver um filme nacional indicado para o Oscar em três categorias: terror, comédia e ficção. A estrela da farsa levou o Brasil, em cinco anos, ao fundo do poço. Deu uma aula de gestão desastrosa, incompetência e insolvência financeira. Forte candidato à estatueta”!

 Ministro da Educação Abraham Weintraub:

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 “Sobre o documentário do ‘golpe’ que foi indicado ao oscar. O correto é gópi”!

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 Secretário da Cultura Roberto Alvim:

“Se fosse na categoria ficção estaria correta a indicação. Isso só mostra como a guerra cultural está sendo travada não só aqui, mas em âmbito internacional”.

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Presidente da Ancine André Sturm preferiu mudar de assunto e falar do sul-coreano “Parasita”:

“O melhor filme do ano! Recorde de indicações ao Oscar de um filme em língua não inglesa. Não viu ainda”?

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Deputado Eduardo Bolsonaro, o 03:

“Se fosse um documentário mostrando a maior manifestação de rua da história do Brasil (contra o PT do lulopetismo) jamais seriam (sic) indicados”.

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Três observações: 1) quem elogiar o filme está no olho da rua ou será considerado traidor, o que significa a mesma coisa; 2) os que chegaram ao poder em razão do golpe vestiram a carapuça e não se tocaram; 3) são inimigos do Brasil e da democracia e 4) estão tentando plantar a versão de que o filme foi indicado não por seus méritos cinematográficos, mas por haver um conluio entre a Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood e o PT.

 E podem crer: vai ter gente acreditando que Gleisi Hoffmann fez um pacto com o diabo.

 Só não disseram ainda o que a Academia recebeu em troca.

 Vamos esperar os próximos posts.

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