Democracia e amor

Democracia é como o amor: só sobrevive se praticada diuturnamente. E o principal ator nesse caso é o povo, alijado das decisões importantes, especialmente as propaladas pelo Judiciário, que nem eleito é. Se viver é tomar partido, os altos e baixos, decepções, frustrações e euforias devem ser corriqueiros, tanto nos relacionamentos, como na prática democrática.

(Foto: Adriano Machado - Reuters)


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Democracia é como o amor: só sobrevive se praticada diuturnamente. E o principal ator nesse caso é o povo, alijado das decisões importantes, especialmente as propaladas pelo Judiciário, que nem eleito é. Se viver é tomar partido, os altos e baixos, decepções, frustrações e euforias devem ser corriqueiros, tanto nos relacionamentos, como na prática democrática.

No âmbito do Judiciário, bem no finalzinho do ano passado, foi muito emblemática a coincidência de “descobertas” de ligação de um dos filhos de Lula com o sítio de Atibaia pela Lava Jato, no mesmo momento em que o Datafolha mostrava que a maioria da população entendeu justa a liberdade do ex-presidente. Esses procuradores interferiram no processo eleitoral e querem de qualquer forma justificar sua deletéria ação, que já provou ter sido viciada pelo conluio com o juiz que condenou Lula e que ocupa o ministério do principal oponente do ex-presidente. Paradoxalmente, as ações que tardiamente investigam Flávio Bolsonaro e o talvez ubíquo Queiroz podem ser apenas retaliação política dos neo-ex-aliados, mas levou ao ‘silêncio dos culpados’ por parte do pai presidente. Infelizmente, crer que isso resultará em algo conclusivo é mais infantil do que acreditar no Papai Noel, haja vista os ataques ao jornalista Glenn Greenwald.

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A popularidade de Moro é a maior dentre os asseclas do governo porque não exara tantos impropérios como seus colegas. Porém, o presidente faz o jogo de bate e assopra com ele, dizendo inicialmente que seria seu vice em 2022, mas contrariando-o com o pacote “anti-crime” na forma em que foi promulgado. Agora acena em recriar o ministério da segurança pública para jogar de vez uma pá de cal nas aspirações de Moro, antes super-ministro. Fato é que o ex-juiz foi o protagonista em alavancar a candidatura Bolsonaro por seu papel explicitamente parcial e a dúvida é quando e quanto cobrará por essa dívida. Não será apenas pelo romance. Quando será dado um basta nessa oligarquia travestida de justiça?

Acompanhamos, de um lado, jornalistas no combate às ditaduras cada vez mais presentes e, de outro, os que estão apenas embasbacados com a indecência democrática que se impõe. Mas foi um cientista, Rogério Cezar de Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp, que fez uma brilhante metáfora da conjuntura atual por meio de um texto de ficção, narrando a apocalíptica visita de um profeta. Que sirva de retrato e de alerta para todos nós, ativos e passivos nessa derrocada em que o Brasil se meteu. O ódio propalado pela milícia fundamentalista da ignorância não pode vencer!

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