Demissão de Graça Foster: “Só a morte é certa”
A mídia logo achou um motivo para a alta do preço das ações da Petrobrás: a suposta demissão de Graça Foster da Presidência da Petrobrás
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Ao longo da última terça-feira, houve uma súbita disparada das ações da Petrobrás. No fechamento da Bovespa, as ações preferenciais da Petrobras (papéis que dão prioridade aos acionistas na distribuição de dividendos) fecharam em alta de 15,47%, a R$ 10.
A alta dos papéis da Petrobrás praticamente anula as perdas ao longo de janeiro, causadas, em grande parte, pela queda livre dos preços do petróleo durante o ano passado, mas, também, em certa medida, pelas denúncias de corrupção na empresa.
Boa notícia, certo? Mas boas notícias, hoje em dia, precisam de “explicações”.
A mídia logo achou um motivo para a alta do preço das ações da Petrobrás: a suposta demissão de Graça Foster da Presidência da Petrobrás. Nada que ver com retomada do preço do barril do Petróleo, que analistas dizem que veio para ficar.
Apesar de a mídia já ter descoberto a razão da disparada do preço das ações da Petrobrás na terça-feira desta semana, vejamos, abaixo, o que diz matéria do Financial Times publicada no mesmo dia em que as ações da maior empresa brasileira dispararam.
“O petróleo bateu um recorde na sexta-feira — registrou sete meses consecutivos de perdas pela primeira vez. Nesse período, o Brent (referência internacional de petróleo), em mais de 50%, levando o preço à maior baixa em seis anos. Mas outra coisa também aconteceu. O Brent registrou seu maior ganho em um dia desde 2009. A animação em torno das contas em queda de plataformas americanas viu o Brent subir quase 8% e fechou acima de US$ 50 o barril (…)”
De todas essas matérias dos quatro maiores portais de notícias do país, ironicamente só o da Veja foi mais cauteloso. Enquanto que os portais Uol, Estadão e G1 afirmaram que Graça e a diretoria da Petrobrás serão demitidas em peso, o de Veja, corretamente, aludiu a “expectativa de saída de Graça”.
Vejam só… A Veja!
Enfim, o fato é que, em nenhum momento, o governo Dilma confirmou a Demissão de Graça. E qualquer jornalista que perguntar ao governo federal se a demissão da presidente da Petrobrás é certa, receberá a resposta de que “Só a morte é certa”.
Por que o governo nega a demissão de Graça se essa decisão já foi tomada? Está batendo cabeça, é falha de comunicação, não sabe o que dizer? Ou será que é porque a decisão não foi tomada? Contudo, anunciar como certa decisão que o governo não confirma é sempre um risco, certo?
Caso a notícia não se confirme, a mídia dirá que o governo “mudou de ideia”. Mas o objetivo dessa “notícia” dos portais sobre a demissão de Graça já terá sido cumprido ao “explicar” a notícia inconvenientemente positiva sobre a alta expressiva das ações da empresa.
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