Deltan e a galinha dos ovos de ouro
"Aquelas cenas em que o Tio Patinhas mergulhava na piscina de dinheiro com chapéu, óculos, bengala e tudo poderiam ter sido protagonizadas pelo coordenador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol", afirma o colunista Alex Solnik sobre o novo trecho de conversas revelados pela Folha que mostram que Deltan Dallangnol montava "um lucrativo esquema de palestras e livros, o que é terminantemente proibido no serviço público, ainda mais no importante cargo que desempenhava"
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - Aquelas cenas em que o Tio Patinhas mergulhava na piscina de dinheiro com chapéu, óculos, bengala e tudo poderiam ter sido protagonizadas pelo coordenador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol.
Por trás da fachada de combate à corrupção, aproveitando-se da fama amealhada supostamente a serviço da sociedade, com aquela cara de tonto, Dallagnol estava montando um lucrativo esquema de palestras e livros, o que é terminantemente proibido no serviço público, ainda mais no importante cargo que desempenhava.
Ciente de que o que pretendia fazer é vedado pela legislação, não se deteve: planejou abrir empresa de palestras em nome de sua mulher e na do procurador Roberto Pozzobon, a quem se refere como “Robito”.
Chegam a dar ânsia de vômito as mensagens que envia por Telegram. Ele dedica muitos parágrafos expondo as possibilidades de enriquecer, fala em ganhos de R$400 mil e debate se é melhor o esquema com público menor e ingressos mais caros ou grande público com ingressos mais baratos.
Ao tempo em que apresentava power-points e outros engodos para obter apoio popular, usava o “combate à corrupção” para se locupletar. Quanto mais escândalos, mais lucro ele teria. O que menos interessava a seu negócio era o fim da corrupção, pois também morreria a sua galinha dos ovos de ouro.
Ele que já abusava de sua autoridade condenando sem provas, em público, um ex-presidente da República, agora aparece como aproveitador de uma campanha moralista que arrastou o país para o abismo econômico, social e moral.
As mensagens reveladas hoje pela “Folha” com base em informações obtidas pelo “The Intercept Brasil” confirmam o que pretendia ao desviar U$2,5 bilhões da multa da Petrobrás nos Estados Unidos para uma fundação, o que o STF barrou a tempo.
Pensando bem, ele não é o Tio Patinhas, não; é o urubu da Lava Jato.
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